Ir� mant�m expectativa em rela��o � proximidade com o governo Dilma

Continuar, no governo de Dilma Rousseff, a rela��o de proximidade que existia no governo de Luiz In�cio Lula da Silva ainda � um desafio para o governo do Ir�. O assessor de imprensa do presidente Mahmoud Ahmadinejad, Ali Akbar Javanfekr, que est� em Bras�lia mantendo conversas com autoridades do governo, disse nesta sexta-feiral, que ainda n�o h� uma "preocupa��o", mas uma "expectativa" sobre a postura de Dilma perante o governo do presidente iraniano. "N�o estamos preocupados, mas existe uma expectativa. Esperamos que exista no governo da presidenta Dilma essa preocupa��o. As duas partes t�m certas responsabilidades para conservar todas as conquistas e essa aproxima��o que come�ou com o presidente Lula. Trabalhamos muito para chegar a esse ponto de di�logo entre os dois pa�ses", disse o assessor. A proximidade entre os dois pa�ses foi exaltada por Javanfekr. "Uma das conquistas do presidente Lula, relativa � pol�tica externa, refere-se ao estabelecimento de uma rela��o ampla com a Rep�blica Isl�mica do Ir�". O Brasil e o Ir� passaram a manter rela��es diplom�ticas mais pr�ximas quando o ent�o presidente Lula defendeu, perante a comunidade internacional, o direito do Ir� desenvolver pesquisas na �rea de enriquecimento de ur�nio para fins pac�ficos. "Esse assunto est� superado. Hoje, o Ir� � um pa�s at�mico", disse o assessor, ressaltando que essa tecnologia � usada somente para fins pac�ficos.

Javanfekr quer convencer o governo de Dilma Rousseff que a proximidade com o Ir� � estrat�gica para o Brasil. Entre os argumentos apresentados por ele, est� at� o que ele chama de "influ�ncia espiritual" do Ir� sobre pa�ses do Oriente M�dio, do Norte da �frica e da �sia, que professam o islamismo, religi�o oficial do regime iraniano. Al�m disso, Javanfekr trouxe na mala dados de uma pesquisa feita nesses pa�ses que, segundo ele, comprovam a "popularidade" de Ahmadinejad. "A rela��o com o Ir� � uma vantagem para o Brasil. Nesse sentido, � que o grau de responsabilidade do governante de um pa�s como o Brasil � conservar as rela��es j� conquistadas", argumentou. Javanfekr evitou falar sobre a postura ou sobre declara��es de Dilma Rousseff que teriam desagradado o presidente iraniano. Disse que estava no Brasil para falar de assuntos de interesse comum entre os dois pa�ses. "No modo geral, n�s temos que ter mais responsabilidade, mais cuidado com os assuntos que podem, de certa forma, existir. Temos que evitar algumas declara��es que consideramos inadequadas sobre algumas quest�es e, de certa forma, cuidar mais das rela��es. Estou aqui n�o para expressar preocupa��es. Estou aqui para expressar aqueles que s�o pontos comuns entre n�s, aqueles [sobre os quais] existem consenso entre n�s", disse o assessor. Preocupado em assegurar essa rela��o com o governo Dilma, o principal assessor de comunica��o de Ahmadinejad, na primeira visita oficial que faz � Bras�lia no novo governo, procurou esclarecer pontos que considera "falsos" e que podem atrapalhar a constru��o do di�logo. Segundo Javanfekr, not�cias como a proibi��o da venda, no Ir�, dos livros do autor brasileiro Paulo Coelho e at� o caso da iraniana Sakineh Ashtiani, que esteve no corredor da morte, ap�s ter sido acusada de adult�rio e da morte do pr�prio marido, s�o not�cias plantadas por inimigos do governo de Ahmadinejad. "Temos que ter cuidado com as quest�es para que n�o se espalhem not�cias falsas que possam afetar a rela��o entre os dois pa�ses. Temos que cuidar porque isso � difundido pelos inimigos das rela��es entre os dois pa�ses. Eu acho que s�o movimentos feitos pelos sionistas para atingir as rela��es entre dois pa�ses", acusou. Na tentativa de combater o que ele chamou de not�cias falsas, o assessor, que tamb�m � presidente da Ag�ncia Nacional de Not�cias do Ir� (Irna), disse que o pa�s quer inaugurar um escrit�rio da ag�ncia no Brasil e come�ar a produzir mat�rias em portugu�s sobre o Ir�.