Em Montes Claros – quinta maior cidade de Minas, situada no Norte do estado –, a C�mara de Vereadores aprovou, por unanimidade, projeto que autoriza a Prefeitura a contrair financiamento de R$ 23,5 milh�es, por meio da Caixa Econ�mica Federal, com contrapartida de R$ 1,5 milh�o do munic�pio, destinado a obras de pavimenta��o de ruas e avenidas na cidade.
O cr�dito est� inclu�do no PAC 2, sendo liberado com corre��o de 6% ao ano, com tr�s anos de car�ncia e o pagamento parcelado ao longo de cinco anos. A expectativa � de que os recursos alavanquem a atual administra��o do munic�pio, que enfrenta desgastes devido a falta de obras. O prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB), entretanto, rebate cr�ticas dos advers�rios que o acusam de usar os recursos federais como “t�bua de salva��o” para a sua gest�o, visando concorrer � reelei��o. “Eu n�o estou preocupado com as pr�ximas elei��es.
Quero benef�cios para o povo de Montes Claros. E o projeto visa a isso. Tanto � que foi aprovado por unanimidade pela C�mara Municipal”, argumenta Tadeu Leite. “N�o estamos sacando contra ningu�m no futuro.
Apenas contra�mos um financiamento para fazer obras, dentro da capacidade de endividamento do munic�pio. Isso � a coisa mais normal do mundo”, defende-se o prefeito.
A administra��o tem prazo at� 30 de setembro para tomar essas provid�ncias junto � Caixa Econ�mica Federal. “Mas, a nossa inten��o � que junho ou julho, no m�ximo, tudo esteja encaminhado para que as obras possam licitadas”, informa o secret�rio municipal de Planejamento e Obra, Jo�o Henrique Ribeiro.
A aprova��o do projeto que autoriza o Executivo a contrair o financiamento de R$ 23,5 milh�es do PAC 2 ganhou aspecto de “t�bua de salva��o” da atual gest�o por causa dos problemas enfrentados pela administra��o. Ao tomar posse, o prefeito Luiz Tadeu Leite reclamou que encontrou a prefeitura endividada e inchada de servidores, sem dinheiro
para fazer obras.
No atual governo municipal, a folha de pagamento da prefeitura aumentou por conta da contrata��o de centenas de cabos eleitorais indicados por vereadores e por lideres pol�ticos que apoiaram o chefe do Executivo no segundo turno da elei��o de 2008 e indicados por ele pr�prio.
Na campanha pol�tica de 2010, por causa da candidatura a deputado estadual do seu filho, Tadeu Leite Martins Leite (PMDB), o Tadeuzinho, que foi eleito, o prefeito acabou rompendo com a vice-prefeita Cristina Pereira (PP), mulher do deputado Gil Pereira (PP), atualmente, licenciado � frente da Secretaria Extraordin�ria do Desenvolvimento do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Tadeuzinho fez dobradinha com o ent�o candidato a deputado federal Wilson Cunha (PMDB), que n�o foi eleito. Com isso, outros deputados federais votados na cidade acabaram se afastando da administra��o. O atual prefeito tamb�m � distante do governo do Estado por ter apoiado a candidatura a governador de Helio Costa (PMDB) em 2010.
Em janeiro, as dificuldades da prefeitura de Montes Claros foram intensificadas com uma crise na �rea de sa�de, com falta de medicamentos nos postos e aumento das filas em hospitais e centros de sa�de. A crise acabou contribuindo para a queda do ex-secret�rio municipal de Sa�de, Jos� Geraldo Drumond, substitu�do pelo atual secret�rio, Geraldo Edson Souza Guerra, que tenta arrumar o setor.
Com o o desgaste da administra��o, um grupo ligado ao ex-prefeito Athos Avelino (PPS), aproveitou do momento e lan�aram o movimento “Fora Tadeu”, que tamb�m contou com ades�o de seguimentos cat�licos, estudantes e demitidos da prefeitura. Al�m do envio de milhares mensagens na Internet, em fevereiro, os integrantes do movimento fizeram duas passeatas contra o atual prefeito na cidade. Agora, organizam um novo protesto, marcado para o dia 19 de mar�o.
O movimento acabou antecipando o processo sucess�rio de 2012 na cidade, j� que Athos Avelino dever� disputar novamente a prefeitura, caso consiga resolver pend�ncias na Justi�a Eleitoral, que incluiu o ex-prefeito na “Lei da Ficha Limpa”. O prefeito Tadeu Leite alega que o movimento contra ele tem apenas motiva��o pol�tica, pois n�o existem den�ncias de irregularidades na administra��o que poderiam resultar na abertura de um processo de impeachment. “S�o rebeldes sem causa. O movimento deles serviu para me dar novas for�as, como um energ�tico”, alega.