
Candidato derrotado a presidente da Rep�blica, Serra tenta, desde o fim da campanha presidencial, encontrar um lugar ao sol na estrutura partid�ria que lhe permita ter a mesma visibilidade do senador A�cio Neves. Foram, at� agora, tr�s movimentos.
O primeiro em dire��o � Presid�ncia do partido. Logo que terminou a campanha presidencial, numa reuni�o na casa de Andrea Matarazzo, Serra chegou a mencionar que o presidente da legenda deveria ser o deputado S�rgio Guerra (PE), como forma de conduzir mineiros e paulistas em raias paralelas e evitar que A�cio, vitorioso em Minas, ficasse com a presid�ncia tucana.
O secret�rio-geral tucano, Rodrigo de Castro (MG), entendendo o movimento paulista e de olho na pr�pria recondu��o, logo abra�ou a candidatura de Guerra, num abaixo-assinado em favor da reelei��o do presidente do partido. O grupo mais pr�ximo a Jos� Serra, ao perceber aliados de A�cio ao lado de S�rgio Guerra e ciente de que o paulista continuaria em segundo plano, lan�ou o nome do ex-governador de S�o Paulo como poss�vel presidente do PSDB.
Com a maioria das bancadas do partido fechadas com S�rgio Guerra, grupos aliados do ex-governador paulista insinuaram a condu��o de Serra ao comando do Instituto Teot�nio Vilela, respons�vel pelos estudos partid�rios. O ex-candidato a presidente n�o deu uma resposta, e a bancada do Senado – da qual A�cio hoje faz parte – terminou por indicar o ex-senador Tasso Jereissati, do Cear�. A bancada tratou da indica��o como uma forma de homenagear um senador combativo e ex-presidente do partido. Os deputados aceitaram, e esta porta tamb�m se fechou para Serra.
O �ltimo movimento de Serra para se fortalecer foi avalizar a ida de Gilberto Kassab para o PMDB paulista e, assim, ter um aliado como a maior estrela regional peemedebista. A bala terminou voltando como um bumerangue sobre o pr�prio Serra. E a arma contra ele foi montada com a ajuda do Pal�cio do Planalto e do pr�prio PMDB aliado ao governo. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, chiou. O PT tamb�m. Diante da confus�o, Antonio Palocci, o ministro da Casa Civil, e a presidente Dilma estimularam os movimentos de Eduardo Campos para atrair Kassab ao PSB. As a��es do governo fizeram com que Serra perdesse seu maior aliado dentro do DEM e ainda irritasse o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin.
Alckmin e A�cio tiveram que correr para segurar os deputados do DEM e do PPS de S�o Paulo e de Minas em seus respectivos partidos. E conseguiram. Kassab n�o levar� um grupo grande como havia prometido ao governo Dilma, nem tem assegurada a hip�tese de fus�o com o PSB.
Aproxima��o
Na quarta-feira, senadores do DEM foram a A�cio Neves e, numa reuni�o a portas fechadas, disseram a ele que � hora de se aproximar ainda mais do partido para consolidar sua posi��o diante do principal aliado atualmente. Enquanto A�cio se movimenta em busca do DEM, o grupo de Serra se prepara para a conven��o do dia 29 da mesma forma que os mineiros: contando aliados.
Por enquanto, o grupo de A�cio Neves est� levando a melhor. At� porque Serra tem a quest�o paulista para resolver. Afinal, a briga entre ele e Geraldo Alckmin pelo papel de personagem principal da pol�tica tucana no estado ficou amortecida durante a campanha presidencial, mas voltou com for�a agora, na hora de definir quem controlar� os espa�os partid�rios no estado. At� o dia 29 de maio, o PSDB ter� um quadro parecido com o que viveu o DEM. A diferen�a � que, pelo menos por enquanto, dali ningu�m sai.