Bras�lia – Em janeiro, t�o logo Dilma Rousseff tomou posse como presidente da Rep�blica, o governo brasileiro entrou em contato com a Embaixada dos Estados Unidos e o Departamento de Estado norte-americano para programar a visita da nova chefe de Estado ao presidente Barak Obama. A resposta foi melhor do que esperavam os diplomatas: "� ele quem faz quest�o de ir ao Brasil". O simples gesto se traduz numa s�rie de simbolismos. O mais forte, segundo analistas e autoridades do governo, � a transforma��o da presidente Dilma em principal interlocutora na Am�rica Latina. "Sabemos que o ponto mais importante da visita � mesmo o Brasil. � o primeiro pa�s da Am�rica do Sul que o presidente Obama visita. S� esse gesto j� se traduz no sucesso da visita", avaliava ontem um alto executivo do governo federal.
Da parte do governo brasileiro, entretanto, h� todo o cuidado em afirmar que a visita n�o pode ser vista como ind�cio de guinada na pol�tica externa. Apenas uma "mudan�a de estilo" e de "personalidade", conforme classificam os diplomatas. Mas ningu�m nega a coloca��o privilegiada de Dilma no tabuleiro internacional e como aliada preferencial dos Estados Unidos no Mercosul. E por v�rias raz�es: dos Brics — o grupo Brasil, R�ssia, �ndia e China — o Brasil � �nico ocidental, capaz de uma interlocu��o mais fluida com os americanos. S�o dois pa�ses multinacionais, multirraciais, que t�m elei��es peri�dicas, altern�ncia de poder e uma base de valores comuns. Al�m disso, h� v�rios interesses comerciais de ambas as partes, como o petr�leo do pr�-sal e o etanol.
Dilma tem consci�ncia desses interesses e de seu papel. E, ciente de suas potencialidades pessoais e do pa�s, come�a a montar a agenda internacional. Este m�s, ir� ao Paraguai para comemorar o anivers�rio do Mercosul e receber� o presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Em abril, far� ainda uma visita de estado ao Chile, antes da reuni�o dos Brics, na China.
Quanto aos Estados Unidos, h� da parte do governo brasileiro o cuidado em n�o deixar que as discuss�es sobre a inclus�o do Brasil no Conselho de Seguran�a da ONU, ou mesmo as quest�es econ�micas ligadas ao etanol, sejam vistas como ponto de partida para avaliar o sucesso da visita. Afinal, � o primeiro contato mais direto entre Dilma e o presidente dos Estados Unidos. E a vontade de todos � a de que a conversa de hoje no Planalto seja uma estreia positiva de Dilma como "global player".