Fernando Pimentel, Patriota e Palocci saem prestigiados de vinda de Obama

Nestes 80 dias de governo Dilma Rousseff, o mundo da pol�tica considera poss�vel avaliar o desempenho dos ministros e aqueles que t�m hoje uma proximidade maior com a presidente da Rep�blica. A lista come�a com “os tr�s p�s”, que t�m a primeira letra da palavra “poderosos” como inicial do sobrenome. � assim que os pol�ticos de um modo geral t�m se referido aos ministros da Casa Civil, Antonio Palocci, ao do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio, Fernando Pimentel, e ao de Rela��es Exteriores, Ant�nio Patriota. Os tr�s foram os �nicos ministros convidados para o encontro de Dilma com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Pal�cio do Planalto.

Se Dilma quisesse, poderia ter trocado Pimentel por Wagner Rossi na conversa com Obama, uma vez que a maioria dos produtos em que o governo brasileiro reclama tratamento igualit�rio aos americanos s�o agr�colas. Mas Rossi n�o participou do encontro. L� estava Pimentel, o �nico dos tr�s p�s que sempre foi pr�ximo da presidente. Logo depois da elei��o, foi um dos primeiros a quem Dilma chamou para avisar que se preparasse para morar em Bras�lia a partir de janeiro. N�o disse o cargo. Apenas que o queria na sua equipe. Pediu ainda que ele fosse discreto quanto �quela conversa. Foi t�o incisiva que Pimentel passou a evitar os jornalistas para n�o dar “bandeira”. Antes de Dilma se mudar para a Granja do Torto, o ent�o ex-prefeito de Belo Horizonte costumava chegar � casa da presidente, no Lago Sul, s� depois que a maioria dos jornalistas desmontava o esquema de plant�o.

Proximidade

Com Palocci foi diferente. Ele entrou no rol dos preferidos de Dilma ao longo da campanha, onde chegou por ordem do presidente Lula. Logo depois da elei��o, os pol�ticos ligados � presidente perceberam que ela sempre chamava Palocci para tudo, at� para acompanh�-la no carro. Ficou patente para muitos que ele estaria seria um dos preferidos.

Na Casa Civil, � hoje o respons�vel pela condu��o da agenda pol�tica de Dilma, enquanto Luiz S�rgio fica cuidando de receber os parlamentares para tratar das emendas ao Or�amento. Em quase todas as audi�ncias de Dilma, Palocci � chamado. E � ele ainda quem leva os recados da presidente aos l�deres da base quando ela n�o gosta de algum comportamento. Foi assim quando das cobran�as do PMDB por cargos de segundo escal�o.

Patriota foi o �ltimo a ingressar nesse seleto grupo. Ele j� conhecia Dilma do governo Lula. Afinal, foi secret�rio-geral do Minist�rio de Rela��es Exteriores, durante o �ltimo ano de governo e, antes disso, embaixador do Brasil em Washington. � tido por seus colegas de minist�rio como discreto, disciplinado e estudioso - foi o melhor aluno de sua classe - Patriota terminou por conquistar a simpatia e a confian�a total da presidente. Como ministro de Rela��es Exteriores, nada mais natural do que estar no encontro de Dilma com Obama, afinal � o seu trabalho. Mas, a semelhan�a da declara��o que Dilma fez com o Obama e o pensamento do ministro chamou a aten��o de alguns pol�ticos .

Especialmente, no que se refere � necessidade de os pa�ses ditos do Primeiro Mundo se anteciparem �s crises e reformularem o mais r�pido poss�vel o Conselho de Seguran�a da ONU e n�o deixarem essas mudan�as para mais tarde, como ocorreu com os organismos econ�micos, como o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), cuja lentid�o das mudan�as tamb�m foi citada pela presidente em sua declara��o. Dilma, que costuma mudar muito todos os pap�is que lhe entregam, tem feito poucos reparos �s sugest�es de seu chanceler, n�o s� nesse fim de semana como em outras oportunidades. Por isso, avaliam alguns, Patriota ganhou destaque no grupo dos "p�s", de "poderosos".