
Enquanto isso, o clima est� quente na cidade localizada a 108 quil�metros de Belo Horizonte. O assunto j� virou motivo de bate-boca no plen�rio. Cat�lico praticante, o vereador Robertinho do CVO (PMN) chegou a exigir do presidente o retorno do s�mbolo religioso. E sugeriu uma consulta popular sobre a perman�ncia ou n�o do crucifixo no plen�rio. Ouviu do presidente a resposta que ele deveria consultar a Constitui��o para saber a justificativa de sua decis�o.
Em 23 de fevereiro, cat�licos protestaram na C�mara, durante reuni�o ordin�ria do plen�rio, obrigando a interrup��o das vota��es por 10 minutos. Uma semana depois, uma representante da Par�quia S�o Luiz Maria de Monfort aproveitou o intervalo da reuni�o ordin�ria para encostar um crucifixo no rosto do presidente da Casa. O objetivo, segundo ela, era sensibilizar o parlamentar para que retorne com a imagem de Cristo crucificado.
Padres locais entraram na briga e bem que tentaram convencer Pastor Carlinhos a voltar com o crucifixo durante um encontro h� algumas semanas, mas n�o tiveram sucesso. “Consideramos essa atitude dele (vereador) como autorit�ria. Ele passou por cima dos partidos, dos vereadores, da C�mara e at� dos membros da pr�pria igreja dele. Ele n�o ouviu ningu�m. A Constitui��o Federal diz que o Estado n�o pode ter liga��o com religi�o, e n�o que n�o pode ter um s�mbolo religioso em �rg�o p�blico”, reclama o padre Carlos Jorge Teixeira.
Juras
Pastor Carlinhos rebate e jura de p�s juntos que a sua atitude n�o significa nenhuma retalia��o aos cat�licos. “N�o tenho nada contra igreja nenhuma, s� fiz obedecer a lei”, argumenta o vereador, que nega ter prometido aos padres rever seu ato. “Expliquei que a emenda seria pior que o soneto”, completa. Para que o pol�mico crucifixo volte para a C�mara, s� tem uma alternativa: se o juiz da cidade mandar, e mesmo assim por meio de senten�a em um processo judicial. Pelo menos por enquanto, os padres locais n�o pretendem recorrer ao Judici�rio. Ent�o, contam com o apelo popular.
Uma carta assinada por sete p�rocos da regi�o est� sendo distribu�da em Jo�o Monlevade. No documento, classificam a atitude do presidente da C�mara como “arbitr�ria” e reclamam que a democracia “n�o combina com o uso abusivo do poder”. Segundo o texto, o caso seria um exemplo claro de “intoler�ncia religiosa” e um “desrespeito aos s�mbolos religiosos t�o significativos” para a f� do povo. “Sim, o Estado � laico mas n�o � antirreligioso! N�o � confessional, mas tamb�m n�o � intolerante”, segue a carta.