Dos 32 candidatos beneficiados pela decis�o do Supremo Tribunal Federal STF) que liberou a candidatura de pol�ticos barrados pela Lei da Ficha Limpa em 2010 e que est�o com recurso tramitando na Corte, quase metade pode n�o obter o cargo pleiteado. Para estes, a decis�o n�o significa a obten��o do cargo porque n�o obtiveram bom desempenho nas urnas e n�o seriam eleitos de qualquer forma. Nesses casos, o resultado n�o seria favor�vel mesmo com a recontagem de votos da coliga��o ou do partido e o novo c�lculo do quociente eleitoral.
Entre os 15 pol�ticos nesta situa��o, chama a aten��o o caso de Francisco Vagner de Santana Amorim, o Deda (PP-AC). O ex-prefeito de Rodrigues Alves, munic�pio na fronteira com o Peru com cerca de 13 mil habitantes, foi enquadrado na lei por ter sido condenado pelo Tribunal de Contas do Estado.
Menos famoso que o seu xar� Marcelo Deda, reeleito para o governo de Sergipe, o Deda do Acre obteve apenas 17 votos para uma vaga na Assembleia Legislativa.
O candidato Francisco das Chagas Rodrigues Alves (PTB-CE) ficou famoso por ser o primeiro barrado pela Lei da Ficha Limpa pelo plen�rio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele teve o registro negado porque foi condenado por compra de votos em 2006.
Foi a partir de seu caso que a corte eleitoral decidiu que a Ficha Limpa valeria para 2010. A propaganda negativa pode ter sido decisiva para o fraco desempenho do Dr. Chico Rodrigues nas urnas, pois ele obteve apenas 322 votos para deputado estadual.
Segundo o advogado Rodrigo Lago, especialista em direito eleitoral, s�o v�rios os motivos que levam esses candidatos a continuarem com recurso no STF, mesmo que o processo seja caro e demorado. "No caso dos candidatos a deputado, somente a revers�o da decis�o permitir� que os votos sejam contabilizados para o partido ou para a coliga��o, fazendo com que a legenda possa at� conquistar uma nova vaga. Al�m disso, eles n�o foram eleitos, mas podem se tornar suplentes”, disse.
Ainda de acordo com o advogado, a decis�o de liberar a candidatura tamb�m pode beneficiar os candidatos ao Senado n�o eleitos, como Maria de Lourdes Abadia (PSDB-DF) e Paulo Rocha (PT-PA). "Os majorit�rios podem ter interesse porque, se houver uma a��o impugnando resultado das elei��es e algum dos senadores sair no futuro, eles podem tomar posse”.