(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Jos� Agripino diz que debandada do DEM rumo ao PSD ter� troco


postado em 28/03/2011 09:57

Jos� Agripino diz que debandada do DEM rumo ao PSD ter� troco
A imagem de que o DEM assistir� impass�vel � fuga de parlamentares para o PSD, de Gilberto Kassab, n�o passa de ledo engano, segundo o presidente da sigla, Jos� Agripino (RN). At� aqui, os atuais dissidentes tiveram os movimentos pautados pela lei, o que dificultaria a a��o do antigo PFL. Mas o senador antecipa que, em caso de fus�o futura com outra sigla, seja ela o PMDB ou o PSB, o contra-ataque ser� r�pido. “Essa � uma infidelidade programada, uma infidelidade anunciada. Se houver a fus�o, n�o tenha d�vida de que cobraremos os mandatos, um a um”, amea�a. Em entrevista ao Correio, o senador afirma que o partido perdeu a guerra da comunica��o em momentos-chaves da recente democracia brasileira e, por isso, tem de lutar contra a
pecha de ser a legenda herdeira da Arena, esteio da ditadura. Enquanto isso, a antiga Arena, que virou PDS e hoje � PP, se embala no colo governista.

Desde que assumiu um partido rachado entre duas tend�ncias, de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Jorge Bornhausen (DEM-SC), Agripino trabalha para unir “�leo e �gua”. Perdeu a batalha pela perman�ncia da senadora K�tia Abreu (TO) e dos deputados federais Eleuses Paiva (SP) e Guilherme Campos (SP), al�m do candidato � Vice-Presid�ncia no ano passado, �ndio da Costa. Ainda assim, entende que evitou uma sangria maior. Agora, pretende promover a massifica��o do partido, de olho nas elei��es municipais de 2012 e na recupera��o do poder de fogo de um partido que, h� dez anos, tinha pouco mais de uma centena de deputados e deve fechar o ano reduzido a 40. “Nosso compromisso � com n�s mesmos.”

O partido n�o pode pedir o mandato dos dissidentes?

Isso j� foi feito, mas esse caminho legal n�o existe. Agora, com esse partido novo criado, at� que se assine a ata do partido, eles est�o cobertos. Infelizmente, n�o tem como ir contra o que est� escrito. Em caso de fus�o, a� sim. A brecha � do tamanho do Congresso. Essa � uma infidelidade programada, anunciada.

Se houver a fus�o, n�o tenha d�vida de que cobraremos os mandatos, um a um. A poss�vel fus�o com o PSB � t�o propagada que os �rg�o judiciais j� est�o antenados. Dentro do partido, a guerra n�o est� ganha, ainda h� muito o que harmonizar, mas minha disposi��o � de estabelecer o di�logo e chamar as pessoas � racionalidade.

At� que ponto o partido se enfraqueceu depois do racha?

Demos uma demonstra��o de maturidade e capacidade de entendimento entre nossos l�deres quando conseguimos eleger uma nova executiva nacional, unindo os dois grupos mais fortes do partido. Est�o contidos jovens e veteranos. Ambos me pediram que eu fosse candidato a presidente. Mesmo os dois grupos estando com claro desentendimento, entendi que o pedido era uma clara inten��o de promover a unidade. Agora, nosso compromisso � com n�s mesmos. Pretendemos manter a alian�a com o PSDB, mas antes de qualquer coisa est� a preserva��o da identidade e interesse do Democratas.

O estado atual aproxima o partido de uma fus�o?

N�o passa pela nossa cabe�a a necessidade de uma fus�o. N�o � uma tese que ocupe lugar priorit�rio nas discuss�es. Caminharemos com PSDB e PPS sem dificuldade, mesmo nas alian�as, elei��es municipais. O segundo turno serve exatamente para quando n�o tivermos acordo. No segundo turno, o que lograr melhor �xito ter� alian�a com o outro. H� um direito partid�rio de apresentar candidaturas que tem de ser respeitado, incluindo a Presid�ncia da Rep�blica.

Em que momento o DEM deixou-se engolir pela imagem de �nico partido herdeiro da ditadura, sendo que o antigo PDS, hoje PP, est� na base do governo?

Perdemos a guerra da comunica��o. Eu admito que sim, nos deixamos engolir. A massifica��o das ideias do partido que defendo coloca claramente que fomos o partido que viabilizou a transi��o democr�tica. Eu era governador, rasgamos na pr�pria carne e rompemos com o PDS para viabilizar a elei��o de Tancredo Neves, que era quem tinha compromisso com a transi��o democr�tica, n�o Paulo Maluf. Isso motivou a cria��o do PFL, mas essa a��o hist�rica n�o foi massificada. Foi um erro de comunica��o, mas a elei��o, a morte de Tancredo e a posse de Sarney acabaram sendo mais fortes do que nosso gesto. E n�o cuidamos de oxigenar essa informa��o ao longo do tempo. Hoje se fala de Mensal�o do DEM, uma ideia massificada. Mas ningu�m fala que n�s fomos o �nico partido que promoveu a expuls�o de um quadro importante acusado pela pr�tica de um ato il�cito.

Como o senhor avalia a composi��o do PSD?

A perda do prefeito � grande, mas nada que atrapalhe os planos do partido de crescer. O anunciado PSD est� sendo criado a partir da presen�a de pessoas cujo relacionamento � recente, sem quaisquer afinidades ideol�gicas com Kassab. Querem criar um partido de claro vi�s governista. Temos de respeitar, as pessoas t�m esse direito, est�o amparadas pela lei.

Qual � a estrat�gia para reverter esse jogo?

As ideias liberais modernas do partido t�m de ser o carro-chefe. Vou visitar os estados, acompanhado de quantos companheiros possam ir. Quantos brasileiros n�o entendem que o Estado brasileiro est� inchado e � esse incha�o que leva a um gasto p�blico de m� qualidade, incapaz de gerar recursos para investimentos. Precisamos valorizar o capital privado para que ele supra o p�blico, quando este n�o for suficiente para promover o desenvolvimento necess�rio, como portos, aeroportos, estradas. Estamos a servi�o do agroneg�cio produtivo e sustent�vel. Em outra vertente, n�o se pode abrir m�o da preserva��o do meio ambiente, mas n�o se pode colocar isso na frente do desenvolvimento econ�mico. H� formas de se compatibilizar as duas coisas.

Se o PFL tivesse feito isso em 2003 n�o teria evitado essa crise de identidade, de fazer oposi��o sem um ide�rio?

Talvez tenha havido descuido. Fizemos oposi��o ao que precis�vamos, como o mensal�o e a CPMF. Mas tamb�m descuidamos da oposi��o no sentido de aperfei�oar a proposta legislativa. Na proposi��o, perdemos a guerra da comunica��o, mas h� sempre tempo de voltar.

Como se constr�i hoje esse nome de unanimidade nacional que possa ser candidato � Presid�ncia pelo DEM?

Se fizermos uma avalia��o, quem era Barack Obama h� cinco anos? N�o era figura conhecida. Se fez conhecer por ideias, posturas e circunst�ncias. Temos tr�s anos para colocar ideias e talentos em campo. A�cio Neves � um grande quadro do PSDB, grande senador, mas n�o sabemos sequer se � pr�-candidato � Presid�ncia. E eles sabem que o DEM, pelo seu tamanho, tem o direito de aspirar ter candidatos � governador e � Presid�ncia. Ningu�m pode tirar de n�s esse direito.

H� a necessidade de uma nova oposi��o?

A oposi��o que meu partido faz � uma oposi��o aos erros do governo. Se o governo erra, estaremos presentes. Temos de dar �nfase � quest�o program�tica, massificar nossas ideias.

Como aproximar esse ideal da Reforma Pol�tica?

Nossa formula��o program�tica fica no campo das ideias. Na Reforma Pol�tica, voc� n�o pode colocar dogmas como forma geral. Se voc� perguntar se o partido � a favor do fim das coliga��es nas elei��es proporcionais, diremos que sim porque somos favor�veis ao fortalecimento dos partidos. Somos a favor da cl�usula de barreira? Somos, porque defendemos a redu��o do n�mero de siglas para que os partidos defendam segmentos de pensamentos. Somos favor�veis ao financiamento p�blico? Sim, desde que com listas fechadas partid�rias para vota��o. Mas isso s�o apenas ideias que o presidente est� colocando, porque reforma pol�tica � a praia dos parlamentares.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)