Bras�lia – Na guerra contra o PT para evitar a aprova��o da lista fechada nas elei��es proporcionais, o PSDB se movimenta para aprovar no Congresso a convoca��o de um referendo para derrubar a inten��o do governo em alterar o sistema eleitoral. Os tucanos apostam que a popula��o rejeitar� o modelo de voto com lista de postulantes definida pelos partidos, pois o brasileiro vota em candidatos e n�o em legendas, e o formato resultaria em uma elei��o “sem povo”. “Se o governo aprovar voto em lista, teremos que propor referendo. Quero ver se eles defender�o isso (lista fechada) nos palanques”, afirmou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
Na �ltima reuni�o da Comiss�o de Reforma Pol�tica do Senado, o PSDB conseguiu empatar o jogo. Por 12 a 5, os parlamentares aprovaram a convoca��o de referendo para que os eleitores decidam se o sistema eleitoral deve ficar como est� ou passar por mudan�as. Assim, apesar de o PT ter aprovado dispositivo que determina a institui��o das listas fechadas no texto da reforma, caber� � popula��o dar a palavra final.
Para enfrentar a press�o dos petistas – que lutam pelo sistema de listas fechadas e financiamento p�blico de campanha –, o PSDB decidiu se unir para que os pontos da reforma tornem-se bandeiras do partido. Ontem, os tucanos promoveram semin�rio para debater posi��o do partido sobre os temas em discuss�o no Congresso. O presidente da sigla, deputado S�rgio Guerra (PE), afirmou que ap�s o fim das discuss�es na Comiss�o de Reforma Pol�tica o PSDB promover� reuni�o da executiva para discutir pontos de consenso. Os tucanos pretendem levar temas como o voto distrital, o fim das coliga��es e a manuten��o das listas abertas para o hor�rio de televis�o reservado ao partido, com a finalidade de atingir a popula��o que votar� no referendo. “Encerrado o trabalho da comiss�o, vamos eleger dentro das propostas quatro ou tr�s itens que possam unir o partido. Ser�o teses do ponto de vista partid�rio, para colocar no programa”, afirmou o senador A�cio Neves (PSDB-MG), ap�s o semin�rio.
Jos� Serra (PSDB-SP) pontuou que a luta envolvendo mudan�as no sistema eleitoral n�o � uma disputa “governo e oposi��o”, mas um “corte” do PT. O ex-governador de S�o Paulo defendeu o voto distrital para munic�pios com mais de 200 mil habitantes nas elei��es de 2012. A�cio, no entanto, aponta para a necessidade de um per�odo de car�ncia para que as novas regras entrem em vigor. “Defendo a car�ncia de uma elei��o para entrar em vigor.”
O presidente da Comiss�o de Reforma Pol�tica, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), apresentar� sum�rio executivo com os temas aprovados para o grupo ao presidente da Casa, Jos� Sarney (PMDB-AP). A partir dos itens ser� elaborado o texto que ser� votado primeiro na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) e depois no plen�rio.
Cotas
Na lista de itens do sum�rio executivo estar� a mudan�a aprovada ontem pela comiss�o que institui cotas de 50% para mulheres na lista de candidatos da elei��o proporcional. Atualmente, a Justi�a Eleitoral estipula que as chapas sejam compostas de 30% de candidatos do sexo feminino. As parlamentares que comp�em a comiss�o comemoraram a aprova��o, mas senadores ressaltaram a dificuldade de encontrar interessadas em concorrer e ressaltaram que muitas vezes os partidos recorrem a “candidatas-laranja” para preencher a chapa.