O PSDB precisa resolver suas disputas internas e descobrir um novo discurso que o diferencie mais do PT se quiser se manter como a principal for�a de oposi��o e reconquistar um dia a Presid�ncia do Brasil, afirma artigo publicado na edi��o desta semana da revista brit�nica The Economist.
A revista observa que a pr�xima elei��o presidencial ocorre apenas em 2014, mas que “j� h� tr�s grandes bicos brigando sobre quem deveria ser o candidato”.
“Muitos acreditam que o partido se dividir� ao menos se conseguir se unir suavemente atr�s de um deles”, afirma a revista, citando o ex-prefeito e ex-governador de S�o Paulo Jos� Serra, o atual governador paulista, Geraldo Alckmin, e o ex-governador de Minas Gerais e senador A�cio Neves.
A revista comenta que simpatizantes de Serra, candidato presidencial derrotado em 2002 e 2010, e de Alckmin, derrotado em 2006, observam que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (2003-2010) s� foi eleito em sua quarta tentativa. A publica��o afirma que o PT “construiu uma organiza��o poderosa enquanto estava na oposi��o, mas o PSDB, em contraste, est� se enfraquecendo”.
O artigo comenta que o PSDB sempre foi visto como um partido de tecnocratas brilhantes, que constru�ram sua carreira na oposi��o a ditadura militar entre 1964 e 1985, mas que n�o vem conseguindo apresentar rostos novos.
A revista afirma ainda que nas �ltimas elei��es jovens brasileiros votaram em peso na ex-ministra de Lula Marina Silva, do PV, e que o PSDB est� sob amea�a tamb�m de perder o apoio dos eleitores da classe m�dia, entre os quais a popularidade da presidente Dilma Rousseff parece ser ainda maior do que a de Lula.
Programa
Para a revista, al�m da falta de uma lideran�a clara, os tucanos v�m sofrendo com uma falta de um programa diferenciado.
“Quando Lula tomou posse, adotou as pol�ticas econ�micas tucanas. Agora h� pouca dist�ncia ideol�gica entre o PT, cujas bases est�o no movimento trabalhista, e o PSDB”, afirma o artigo.
A revista observa que, durante o governo Lula, o PSDB tentava se vender como “o partido da boa administra��o”, mas que esse discurso � mais dif�cil agora contra Dilma, cuja imagem � a de uma boa administradora.
At� mesmo na quest�o das privatiza��es, promovidas durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e criticadas pelos petistas, j� n�o h� tantas diferen�as, observa a Economist, j� que Dilma j� afirmou que pretende abrir os aeroportos a investimentos privados.
Para a revista, os tucanos t�m agora de enfrentar o dilema de se manter no campo do centro-esquerda e esperar que a mar� se volte contra o PT por conta de algum eventual esc�ndalo ou mudan�as no panorama econ�mico ou mover-se � direita para ocupar um campo pol�tico quase vazio atualmente na pol�tica brasileira.
O artigo sugere um poss�vel caminho para o partido: adotar o discurso da redu��o da carga tribut�ria.
Para a revista, apesar da cren�a de que os eleitores brasileiros preferem os gastos p�blicos em programas sociais, como o Bolsa Fam�lia, a cortes de impostos, pesquisas mostrariam que os brasileiros, incluindo os mais pobres, estariam come�ando a tomar consci�ncia de que pagam muitos impostos.