A presidenta Dilma Rousseff desembarca em Pequim nesta segunda-feira (11) com o desafio de criar bases para uma rela��o na �rea comercial e de investimentos baseada na "reciprocidade".
Foi esse o tom do primeiro recado da presidenta aos chineses em entrevista � Ag�ncia Estatal Xinhua, antes de sua primeira visita oficial como presidenta ao pa�s que tem a segunda maior economia do mundo.
Segundo a Xinhua, Dilma afirmou que "poderia haver mais coopera��o entre os dois pa�ses em �reas estrat�gicas como inova��o, uma vez que o Brasil est� determinado a agregar valor a seus recursos naturais".
Ainda de acordo com a nota da ag�ncia, a presidenta disse que a futura coopera��o ente os dois pa�ses deve ser baseada na "reciprocidade".
"Esta � uma rela��o que, eu acredito, ser� muito bem desenvolvida entre os dois pa�ses porque h� algumas �reas em que a China pode ser crucial para o Brasil e outras em que o Brasil pode ser crucial para a China, baseada em um conceito que eu considero muito importante em uma rela��o entre iguais: a reciprocidade", disse.
Os n�meros que embasam a defesa do discurso da reciprocidade s�o claros. A China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil em 2009. Mas as caracter�sticas dessa pauta comercial deixam o Brasil, na opini�o de muitos setores, em posi��o de desvantagem. Cerca de 95% das exporta��es brasileiras para a China s�o de mat�rias-primas. A via contr�ria, da China para o Brasil, � dominada quase em sua totalidade por produtos industrializados.
Em entrevista j� em Pequim, o ministro da Ci�ncia e Tecnologia, Alo�zio Mercadante, que faz parte da comitiva brasileira, insistiu neste domingo (10) na import�ncia da busca de uma rela��o com a China que n�o dependa do tradicional papel brasileiro de exportador de produtos b�sicos.
"O Brasil precisa definir suas prioridades e um olhar mais aproximado para a China. Talvez ajude a gente a n�o se acomodar em ser uma economia produtora de commodities. Sen�o, corremos o risco de ficar prisioneiros da doen�a holandesa", referindo-se ao impacto negativo sobre o setor industrial da forte exporta��o de recursos naturais.
Mercadante defendeu que o pa�s aproveite a valoriza��o das commodities, e os recursos que isso gera ao pa�s, para criar um projeto de desenvolvimento futuro baseado na produ��o de alta tecnologia.