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Estado de Minas

Lixo e entulho tomam lugar do Memorial da Anistia


postado em 13/04/2011 06:00 / atualizado em 13/04/2011 06:22

Dois anos depois do anúncio, cenário da obra, localizada em bairro nobre da capital, é de total descaso e abandono(foto: Beto Magalhães/EM/D.A press)
Dois anos depois do an�ncio, cen�rio da obra, localizada em bairro nobre da capital, � de total descaso e abandono (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A press)

Mesmo com um investimento previsto pela Uni�o de R$ 5 milh�es, a reforma do antigo teatro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Bairro Santo Ant�nio, em Belo Horizonte, est� paralisada ou andando em ritmo de tartaruga. No local, reconhecido historicamente como ponto de encontro de resist�ncia estudantil durante os anos de chumbo, j� deveria estar funcionando a sede nacional do Memorial da Anistia Pol�tica, conforme foi anunciado h� dois anos, em cerim�nia oficial, no audit�rio Tancredo Neves, no Minist�rio da Justi�a, em Bras�lia. Na ocasi�o, o ent�o ministro da Justi�a Tarso Genro (PT), hoje governador do Rio Grande do Sul, recebeu o termo de entrega do im�vel e determinou a cria��o do comit� de implanta��o do memorial. Mas, hoje, o cen�rio da obra � de abandono.

O passeio principal do casar�o virou dep�sito de lixo a c�u aberto. Do lado de dentro do im�vel, � poss�vel ver um amontoado de entulho e tocos de �rvores jogados para todos os lados. O forte cheiro de fezes e urina tamb�m virou rotina nos arredores da obra, segundo relato de vizinhos. Para piorar a situa��o, o terreno ao lado do antigo teatro, onde a prefeitura prometeu construir uma pra�a, virou moradia de mendigos, b�bados e usu�rios de drogas. Apesar de ser um ponto nobre, o entorno do local ficou t�o barra pesada que a prefeitura, na quinta-feira, foi obrigada a acionar a pol�cia para tentar desalojar o grupo de moradores de rua que ontem ainda estava vagando no lote abandonado, catando peda�os de madeira e se refrescando em uma bica improvisada. O �nico sinal de in�cio de reforma � o telhado, que foi trocado com o travamento de madeira. No mais, o que se v� s�o tapumes de isolamento e uma l�mpada acesa em plena luz do dia, logo na entrada do antigo casar�o.

Pelo projeto, estava prevista a constru��o de um pr�dio, mas ele nem sequer saiu do papel. De acordo com o cronograma oficial, em janeiro de 2010, deveria estar pronta a recupera��o do antigo teatro, que abrigaria um museu com espa�o para exposi��es e o centro de documenta��o, com capacidade para receber o acervo de 60 mil processos de indeniza��o que deram entrada na Comiss�o de Anistia Pol�tica e todo o material (dossi�s administrativos, fotos, imagens, relatos, testemunhos, livros, �udios e v�deos) coletado desde o ano passado em campanha de doa��o de arquivos privados e p�blicos referentes aos per�odos de repress�o, entre 1946 e 1988.

Seis meses depois, segundo o cronograma oficial, o pr�dio anexo onde funcionaria o centro administrativo tamb�m j� deveria ter sido entregue, mas at� o momento tudo est� longe de ser inaugurado. Segundo a UFMG, a obra est� sendo tocada em parceria com o governo federal e a Prefeitura de Belo Horizonte.

A prefeitura, por sua vez, informou que j� fez o que lhe cabia: cedeu parte do terreno em contrapartida pelo conv�nio. A UFMG declarou que n�o fala sobre a obra e jogou a responsabilidade para o Minist�rio de Justi�a. Sobre o terreno ao lado da obra, que virou ponto de moradores de rua, a prefeitura informou que vai cerc�-lo para construir uma pra�a. O Minist�rio da Justi�a n�o se manifestou sobre o caso at� o fechamento desta edi��o.


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