Ser presidente do PT, o partido que h� nove anos comanda o Pa�s e que tem a maior bancada da C�mara, � uma aposta que tem se revelado perigosa. N�o d� para falar em maldi��o do cargo, porque a palavra n�o se enquadra bem na pol�tica, uma atividade que vive das circunst�ncias do momento e da for�a de que disp�em seus l�deres. Mas as estat�sticas s�o desfavor�veis aos dirigentes petistas.
Dos outros cinco presidentes do PT, tr�s s�o r�us no esc�ndalo do mensal�o. Ricardo Berzoini chegou a ser responsabilizado pelo comando dos “aloprados”, que tentaram comprar um dossi� antitucano, na elei��o de 2006, e Jos� Eduardo Dutra, o atual, passa por problemas de sa�de.
Nos seus 31 anos, o PT teve ainda dois presidentes interinos, que assumiram a dire��o da legenda na esteira de esc�ndalos que afastaram os titulares. Em 2005, ent�o na Presid�ncia da Rep�blica, Lula tirou Tarso Genro do Minist�rio da Educa��o para substituir Jos� Genoino, abatido pelo esc�ndalo do mensal�o.
No ano seguinte, Marco Aur�lio Garcia deixou por tr�s meses a assessoria especial internacional do governo para ocupar o lugar de Berzoini, suspeito de envolvimento com os aloprados. Berzoini voltou ao comando da legenda em janeiro de 2007 e l� permaneceu at� fevereiro de 2010. Hoje, no governo de Dilma Rousseff, Marco Aur�lio n�o tem mais a influ�ncia que exerceu durante o governo de Lula e h� informa��es de que ele anda meio descontente com isso.
“Ser presidente do PT exige dedica��o de 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. O presidente do PT tem uma agenda anormal, pesada, que o impede de descansar, de ter cuidados com a sa�de, de ver a mulher, os filhos, os amigos”, disse Berzoini � reportagem.