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Estado de Minas

Arquivo Nacional mostra que antigo Dops espionava festas sindicais de 1� de maio


postado em 01/05/2011 07:48 / atualizado em 01/05/2011 07:55

O líder sindical Luis Inácio Lula da Silva dá entrevista durante a greve dos operários da construção civil em Belo Horizonte - 1979(foto: 02/08/1979. Credito: Arquivo EM/D.A Press)
O l�der sindical Luis In�cio Lula da Silva d� entrevista durante a greve dos oper�rios da constru��o civil em Belo Horizonte - 1979 (foto: 02/08/1979. Credito: Arquivo EM/D.A Press)
Bras�lia – Tradicionais nas celebra��es do Dia Mundial do Trabalho, as festas promovidas pelas centrais sindicais em S�o Paulo — como a que ocorre hoje, na Avenida Marqu�s de S�o Vicente —, serviram para municiar o regime militar com informa��es sobre os sindicatos e at� mesmo autoridades. Isso ocorreu, por exemplo, durante as comemora��es do 1º de maio de 1967, quando trabalhadores festejaram a data no Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Paulo ao lado do ent�o ministro do Trabalho Jarbas Passarinho e do governador do estado � �poca, Roberto Costa de Abreu Sodr�. O encontro foi monitorado por agentes do Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops).

Na ocasi�o, os trabalhadores fizeram reivindica��es ao ministro do Trabalho e agradeceram por benef�cios recebidos, tudo documentado pelo Dops paulista. O informe, que s� foi difundido a outras ag�ncias de informa��o da �poca depois de um m�s, relatava que at� mesmo as esposas das autoridades presentes eram observadas. “Foi dada a palavra ao ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, que proferiu um breve discurso”, registraram os arapongas.

Al�m disso, “as reivindica��es apresentadas seriam objeto de estudo, havendo a possibilidade de algumas serem atendidas, enquanto outras deveriam encontrar solu��o conforme os maiores interesses do operariado e governo”. O discurso de Sodr� tamb�m ficou registrado no informe do Dops, que destacou que o governador paulista falou sobre a “necessidade de ser restabelecida a verdade e de acabar com a mentira”.

Depois que as autoridades deixaram o local — seguindo para outra festa de trabalhadores —, foi a vez de os sindicalistas serem os alvos da espionagem. Segundo o informe, que se encontra no acervo do Centro de Informa��es da Aeron�utica (Cisa), no Arquivo Nacional, em Bras�lia, os discursos passaram a ser contra o governo. “Falou, tamb�m, um representante do sindicato dos qu�micos de Osasco (estamos investigando para identificar), criticando violentamente aqueles que aplaudiram o ministro do Trabalho, que falava em liberdade, enquanto ‘beleguins’ do Dops prendem trabalhadores que lutam por seus direitos”, relatavam os agentes do servi�o de informa��o, que tamb�m atuavam na repress�o.

RIGOR

Com o passar dos tempos, a vigil�ncia em torno dos sindicatos ficou cada vez mais severa. O movimento sindical representava fonte de preocupa��o para os militares desde o golpe de mar�o de 1964 aos instantes finais do regime de exce��o, em 1985. Em 1º de maio do ano anterior � redemocratiza��o, por exemplo, os arapongas estavam no Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Bernardo do Campo (SP), durante a elei��o de Jair Meneghelli � presid�ncia da entidade. “Para compor a chapa, Meneghelli indicou, tamb�m, mais tr�s elementos: Luiz In�cio Lula da Silva, Vicente de Paulo da Silva (o hoje deputado Vicentinho) e Jos� C�ndido Pereira. Esses quatro elementos, cassados de acordo com a lei trabalhista, s�o ineleg�veis, mas essas indica��es foram feitas com o prop�sito claro de desmoralizar as leis trabalhistas do pa�s”, relataram os agentes infiltrados entre a multid�o.

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