
A dire��o nacional do PSB determinou ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que amplie o leque de alian�as com partidos da base da presidente Dilma Rousseff (PT). A medida tem dois objetivos: enfraquecer a presen�a do PSDB na capital – os tucanos participaram informalmente da campanha de Lacerda em 2008 e participam do governo – e oferecer, em troca, apoio nas elei��es do ano que vem em outras cidades.
Com a estrat�gia casada, o primeiro partido a conversar com Lacerda ser� o PCdoB, ainda em data a ser definida. Em caso de sucesso nas negocia��es, j� est� certo, por exemplo, que o PSB, como contrapartida, oferecer� apoio � candidatura da deputada federal Manuela D’�vila (PCdoB) � Prefeitura de Porto Alegre em 2012. A parlamentar se encontra hoje em Belo Horizonte com Lacerda.
Entre os 10 partidos que fizeram parte da coliga��o que elegeu Dilma Rousseff, apenas o PT, dividindo espa�o exatamente com os tucanos, seus principais rivais, participa da c�pula do governo de Lacerda. PR e PRB mant�m cargos de segundo escal�o.
O presidente municipal do PSB, Jo�o Marcos Grossi, acredita que a decis�o da dire��o nacional do PSB n�o vai melindrar a rela��o com o PSDB em Belo Horizonte. “As conversas acontecem com todo mundo. No caso do PCdoB, existe uma proximidade nacional. Os dois partidos j� atuam como bloco partid�rio”, argumentou. A uni�o entre os dois partidos, que conta ainda com o PTB, foi formalizada no in�cio da legislatura na C�mara dos Deputados.
De qualquer maneira, caso venha a perder espa�o na prefeitura, de modo a impactar nas elei��es de 2012, o PSDB j� tem pelo menos uma estrat�gia preestabelecida – al�m da utiliza��o de seus dois principais nomes no estado, o governador Antonio Augusto Anastasia e o senador A�cio Neves. Na hip�tese de ser obrigado a ter candidato pr�prio, os tucanos lan�aram m�o ainda do bom relacionamento que t�m com os partidos chamados nanicos, com boa representa��o na C�mara dos Vereadores e muito enraizados principalmente em meio � popula��o mais carente da capital, onde o PT tamb�m fincou lideran�as.
Ao lado do PSDB est�o, por exemplo, os vereadores Paulinho Motorista (PSL), com vota��o expressiva no Aglomerado da Serra, e Preto (DEM), que tem base eleitoral na Regi�o Oeste da capital. Ex-colega de ambos, Luis Tib� (PTdoB), da Regi�o Nordeste, tamb�m tem bom tr�nsito com os tucanos. O ex-vereador venceu a disputa para deputado federal nas �ltimas elei��es.
Tucanos e aliados ter�o do outro lado, no entanto, um forte rival. O ex-ministro do Turismo Walfrido Mares Guia (PSB), escalado especialmente pelo ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva para a miss�o de unir a base de Dilma em Belo Horizonte.
Nesse sentido, para aglutinar mais for�as contra os tucanos, um dos principais desafios de Walfrido ser� conter o PMDB, o segundo maior partido da base de Dilma, depois do PT. Vereadores da legenda em Belo Horizonte chegaram a ensaiar a entrada para o governo de Lacerda antes mesmo de o PSB determinar ao prefeito que aumentasse a busca por apoio dos aliados de Dilma. A c�pula do partido no estado, por�m, quer ter candidato pr�prio no ano que vem, por avaliar ter alcan�ado resultado expressivo nas elei��es de 2008, quando o deputado federal Leonardo Quint�o foi para o segundo turno com Lacerda.
Na briga
Fontes do PCdoB negam que uma poss�vel entrada do partido no governo de Marcio Lacerda signifique o sepultamento da candidatura da deputada federal J� Moraes � prefeitura no ano que vem. A parlamentar, que disputou o cargo em 2008, j� deixou claro que pretende entrar novamente na briga pelo comando da capital. “Hoje � um momento, ano que vem, outro”, justificam os comunistas. J� confirmou a aproxima��o da legenda ao PSB. No entanto, disse n�o haver qualquer posicionamento dos comunistas no sentido de retirar a candidatura para apoiar Lacerda. “Em pol�tica n�o se pode dizer que jamais acontecer� alguma coisa. O que existe hoje � que continuo candidata”, disse.