N�o por acaso, na semana que vem, a um ano da Rio 20, o governo lan�ar� o programa de erradica��o da mis�ria, um dos temas que estar� em debate no megaevento, ao lado da economia verde. Desde j�, Patriota alerta que o governo brasileiro n�o aceitar� a defesa do meio ambiente como pretexto para protecionismo ou entraves ao com�rcio global. “Tem que ser economia verde com combate � pobreza e inclus�o social. O Brasil est� posicionado como poucos para assumir a lideran�a desse debate, com seu modelo de crescimento com a matriz energ�tica mais limpa do mundo e progressos em rela��o ao desmatamento e redu��o da pobreza”, comentou ele no Senado.
O discurso de Patriota fez os olhos dos petistas brilharem, ao ponto de alguns integrantes do partido cogitarem criar um grupo para acompanhar os trabalhos de prepara��o da confer�ncia, como j� fez a Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado, presidida por Fernando Collor de Mello (PTB-AL) – presidente da Rep�blica, em 1992, data da primeira grande confer�ncia sobre desenvolvimento sustent�vel da ONU, a Rio’92. As autoridades brasileiras, ali�s, j� come�aram a se mexer para tentar fazer da Rio 20 uma confer�ncia de sucesso, t�o grande quanto o foi a Rio’92.
Na mesma sexta-feira em que o PT se reuniu para eleger um novo presidente e reintegrar o ex-tesoureiro Del�bio Soares, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e Patriota promoveram uma mesa-redonda no Rio de Janeiro com a participa��o do diretor-executivo das Na��es Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner. A reuni�o foi para colher propostas que mere�am ser tratadas no encontro dos chefes de Estado no ano que vem.
Foi consenso entre os participantes que a Rio 20 ser� uma oportunidade �nica para a cria��o de um novo modelo de desenvolvimento que n�o se atenha apenas a aspectos econ�micos. “� engra�ado. Hoje, vemos muito mais barulho em torno de Ol�mpiadas de 2016 e da Copa do Mundo do que esta confer�ncia. Em 2016, estar� em jogo quem salta mais alto ou pula mais longe. Em 2014, quem faz mais gols. E, no ano quem vem, quem vai sobreviver” espeta o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), presidente da subcomiss�o do Senado encarregada de acompanhar o evento.
Ele e demais integrantes da subcomiss�o fizeram uma visita aos galp�es da regi�o portu�ria do Rio, em fase de revitaliza��o para sediar a Rio 20. A infraestrutura � a menor delas. “Quanto a isso, n�o tenho d�vidas de que ficar� pronto. O que me preocupa � que n�o estou vendo uma mobiliza��o para trazer os presidentes de outros pa�ses e os temas em discuss�o que est�o limitados. Temos que ampliar, como, por exemplo, incluir a cria��o de novos indicadores de desenvolvimento. E come�ar a trabalhar desde j� na carta do Rio com demais pa�ses”, diz o pedetista.
O Itamaraty j� est� trabalhando nesses assuntos. A expectativa da ONU e dos diplomatas brasileiros � que 50 mil pessoas pe�am credenciamento para participar da Confer�ncia. E como a Rio’92 reuniu 108 chefes de Estado num momento em que o tema meio ambiente n�o era t�o preocupante – at� George Bush, ent�o presidente dos Estados Unidos veio –, a expectativa � de aumento no n�mero de participantes. “Esperamos que a presidente Dilma assuma a coordena��o dessa mobiliza��o”, comenta o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que integra a comiss�o. Afinal, quanto mais participantes de luxo, mais vitrine para o Brasil.