O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira que considera muito ruim condena��es p�blicas de agentes do governo e afirmou que o enriquecimento do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ocorreu dentro da legalidade. "O enriquecimento com causa justificada n�o � crime", afirmou o ministro, durante almo�o debate promovido pelo Grupo de L�deres Empresariais - Lide, em um hotel da capital paulista.
Na avalia��o dele, existe uma invers�o nos conceitos de Justi�a no Brasil, onde, na d�vida, o r�u � considerado culpado. "As execra��es p�blicas e as condena��es sem provas materializadas s�o uma perversidade", disse. No evento, o petista foi questionado por um plateia de empres�rios se Palocci n�o deveria ser mais transparente em rela��o aos seus neg�cios. "N�o tenho nenhuma raz�o para duvidar da palavra do ministro Palocci", respondeu Cardozo. O ministro da Justi�a admitiu que � um amigo pr�ximo de Palocci e que todas as den�ncias levantadas pela imprensa foram checadas por ele, antes de que sa�sse em defesa do colega de governo. Segundo Cardozo, Palocci n�o pode detalhar a rela��o de clientes e de ganhos da empresa devido ao contrato de confidencialidade assinado por ele, o que implicaria, no caso de divulga��o, em um processo judicial contra o ministro. "Acho muito ruim, sem que n�s tenhamos provas, condenarmos as pessoas". Em conversa com jornalistas, ap�s o almo�o, o ministro disse ser favor�vel � regulamenta��o da pr�tica do lobby. "Quando h� regras muito claras, norteiam-se as atua��es", disse o ministro, deixando claro que n�o se referia �s atividades de Palocci como consultor, antes de assumir o comando da Casa Civil. De acordo com ele, � preciso comprovar as insinua��es feitas pela imprensa de que houve enriquecimento il�cito da parte de Palocci. Questionado sobre o v�nculo da empresa WTorre com a Petrobras, Cardozo negou favorecimento � empresa e disse que "todas as empresas do Brasil t�m rela��o com o governo". "N�o h� nenhum fato noticiado de que o contrato tenha sido favorecido", rebateu. Cardozo defendeu, de um modo geral, que haja uma legisla��o espec�fica para punir o enriquecimento il�cito, categoria na qual - para ele - Palocci n�o se encaixaria, e que a quest�o da quarentena para ex-ocupantes de cargos do Poder Executivo seja ponderada. O ministro lembrou que ao deixar o governo, ele pretende advogar. "� a minha profiss�o".