A sa�da de Antonio Palocci da Casa Civil deve for�ar a presidenta Dilma Rousseff a assumir o comando da articula��o pol�tica de seu governo. Esta � a avalia��o de cientistas pol�ticas. Na opini�o de Paulo Kramer, professor da Universidade de Bras�lia (UnB), ''Dilma est� despertando para a realidade: no regime presidencialista, como o nosso, o presidente � o articulador em chefe. N�o d� para terceirizar''. A mesma avalia��o tem David Fleischer, cientista pol�tico da UnB. ''Dilma vai participar mais e ter� que rearticular com o Congresso e com os governadores''. Para o professor, a fun��o � um desafio � presidenta que ''n�o � experiente'' nos bastidores da articula��o pol�tica. ''Ela ter� que mostrar novas habilidades'', disse Edir Veiga da Universidade Federal do Par� que lembrou da forma��o t�cnica de Dilma.
Na avalia��o do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Ant�nio Augusto de Queiroz, o governo ter� que atuar ''para destravar e fazer fluir'' a intera��o com o Parlamento. Coisa que Palocci n�o fez em sua opini�o no come�o do governo, porque ''era estrela'', e depois porque foi alvejado pela revela��o do enriquecimento patrimonial. O diretor cr� que Palocci ''saiu na hora certa'', pois foi poupado pela Comiss�o de �tica do governo, pela Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) e pela Procuradoria-Geral da Rep�blica que arquivou ontem a den�ncia contra o ex-ministro. Para Paulo Kramer, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, ''demorou a sair'' e ''criou uma crise nos primeiros seis meses de governo''. Em sua opini�o, a condu��o desgastou o governo que ''agora tem que recuperar o tempo perdido%u201D. Al�m do governo, a crise tamb�m afetou o PT, ''Palocci era um isolante t�rmico do governo e do partido''. O professor David Fleischer assinala que a queda de Palocci tira peso negativo que estava repercutindo na imagem do governo, conforme pesquisas de opini�o monitoradas pelo Pal�cio do Planalto. O acad�mico n�o opinou se a sa�da do ministro estanca a crise pol�tica no governo, o que pode depender de eventuais novas revela��es p�blicas de irregularidade ou mesmo de apura��o oficial, como j� sinalizou o Minist�rio P�blico do Distrito Federal.