Em meio �s recentes invas�es a sites governamentais, o grupo Transpar�ncia Hacker afirma n�o ter rela��o com os respons�veis pelos ataques e aproveita o momento para discutir a pr�pria atua��o. Segundo seus participantes, a organiza��o, objeto de reportagem do Correio de 21 de maio, tenta se desvencilhar das a��es criminosas. “Trabalhamos com dados que s�o abertos. Nossa luta � divulgar informa��es governamentais que j� s�o p�blicas, tornando-as mais acess�veis”, explica o articulador de redes Diego Casaes, 23 anos. Ele desaprova a publica��o de dados como telefones de ministros ou o CPF da presidente Dilma Rousseff, por exemplo. “Essas informa��es s�o pessoais, n�o p�blicas. Entendo que devem permanecer sigilosas, porque dizem respeito � pessoa”, afirma.
No m�s passado, Vieria identificou brechas nos sites de diversos minist�rios, como os da Cultura, Fazenda, Meio Ambiente, Minas e Energia e Ci�ncia e Tecnologia, al�m do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Essas falhas poderiam facilitar o roubo de senhas e de dados e os �rg�os foram alertados. No entanto, afirma o engenheiro, apenas alguns corrigiram os problemas. “A Anvisa me mandou um e-mail na semana passada falando que s� agora eles tinham protocolado o pedido na ouvidoria para come�ar a corrigir o erro. � tudo muito lento.”
As falhas identificadas, segundo Vieira, s�o prim�rias e n�o t�m rela��o com os ataques desta semana. “O alerta que eu fiz diz respeito � facilidade para o roubo de dados, n�o para tirar os sites do ar”, explica. O especialista em inform�tica ainda critica o modelo de gest�o oficial. “A m�quina do governo � muito grande e eles n�o t�m uma ger�ncia para proteger os sites. Cada �rg�o cuida de sua estrutura de TI (Tecnologia da Informa��o) e algumas t�m o Serpro (Servi�o Federal de Processamento de Dados), mas n�o h� ningu�m para acompanhar de forma centralizada. Um minist�rio sofre um ataque e os outros n�o ficam sabendo”, comenta.
Participa��o
Criado em outubro de 2009, em S�o Paulo, o Transpar�ncia Hacker tem o objetivo de fiscalizar o governo por meio da internet e incentivar maior participa��o da popula��o nos processos decis�rios. O movimento, hoje, contabiliza cerca de 500 participantes, que mant�m uma lista de discuss�o na web e organizam encontros em diversos pontos do pa�s — os chamados hackdays —, quando desenvolvem aplicativos baseados em informa��es p�blicas.