O ex-ministro Alfredo Nascimento come�ou a cair no dia 14 de mar�o, quando o Di�rio Oficial da Uni�o publicou a Portaria n�mero 36. Com termos t�cnicos, o texto criou o Comit� de Acompanhamento de Gest�o de Contratos, Obras e Servi�os de Engenharia e Transportes. O �rg�o deveria aprimorar a supervis�o ministerial, mas transformou-se numa esp�cie de “comit� de arrecada��o”, pois tinha poderes para aprovar contratos, acompanhar a execu��o das obras e a libera��o de pagamentos.
Desde ent�o, a presidente Dilma Rousseff passou a olhar o Minist�rio dos Transportes com mais aten��o. Um m�s depois da divulga��o da portaria, o Planalto come�ou a receber reclama��es de empres�rios contra achaques, cobran�a de propina e outras pr�ticas do comit�, que tinha como coordenador Mauro Barbosa, ex-chefe de gabinete de Nascimento que, como o estad�o.com.br revelou ontem, est� construindo uma casa de 1,3 mil metros quadrados no Lago Sul, avaliada em R$ 4 milh�es.
Os rumores foram crescendo e o secret�rio-geral do PR, deputado Valdemar Costa Neto (SP), chegou a ser alertado das conversas que corriam sobre a atua��o do PR no minist�rio e sobre os riscos pol�ticos de uma opera��o como essa. Costa Neto foi apontado como o comandante informal do suposto esquema, segundo reportagem publicada pela revista Veja desta semana.
Costa Neto participou de reuni�es no minist�rio nesse per�odo, segundo ele afirmou em nota divulgada no domingo. “Sempre transparentes, estas reuni�es buscam garantir benfeitorias federais para as regi�es representadas por lideran�as pol�ticas do PR”, afirmou. O deputado do PR j� responde a uma a��o no Supremo Tribunal Federal - ele � r�u no processo do “mensal�o”, detonado em 2005.
Interlocutores do governo afirmaram que o desenho dessa centraliza��o deu sustenta��o ao PR para a perman�ncia de Nascimento no minist�rio, que ocupava a pasta desde o governo Lula. O novo modelo inaugurou uma sistem�tica com controle sobre todos os contratos e poderia ser um mecanismo de dar respostas pol�ticas ao partido. No PR, n�o se sabe ainda o rumo que a presidente Dilma dar� � pasta nem o que ser� feito com esse comit�. No minist�rio, no entanto, a informa��o � de que ele ser� mantido, mas ainda n�o est� definido se permanecer� com o mesmo formato ou se ter� mudan�as no modo de atua��o.
