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Estado de Minas

Zez� Perrella fala sobre projetos pol�ticos no Senado e investiga��o do Minist�rio P�blico


postado em 10/07/2011 06:56 / atualizado em 10/07/2011 09:52

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Herdeiro da cadeira de Itamar Franco (PPS) no Senado, o presidente do Cruzeiro, Zez� Perrella (PDT), deixou para tomar posse esta semana. Fez quest�o de respeitar o luto oficial de sete dias decretado pela presidente Dilma Rousseff. E avisa que colocar� um retrato de Itamar em seu gabinete: “Se conseguir fazer 10% do que o Itamar fez na vida p�blica dele, j� serei vitorioso”. Perrella vai continuar no comando de seu time e diz que � mais dif�cil ser cartola do que ser senador. Sobre as den�ncias envolvendo a venda de jogadores, Perrella parte para o ataque. Faz quest�o de dizer que o promotor do caso tem uma bandeira do Atl�tico em seu gabinete e j� ganhou o Galo de Prata, homenagem que o time presta aos seus torcedores ilustres. Na hora de escalar um time de senadores, Perrella coloca o canhoto A�cio Neves (PSDB-MG) de centroavante. J� Dem�stenes Torres (DEM-GO) vira ponta direita. O goleiro seria o presidente da Casa, Jos� Sarney (PMDB-AP).

O seu partido � da base da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB). No Senado o senhor ser� oposi��o ou apoiar� o governo federal?
Na verdade eu penso assim: tenho um compromisso com as for�as pol�ticas que me elegeram, capitaneadas pelo senador A�cio Neves e pelo governador Anastasia. No plano nacional, realmente o nosso partido tem compromisso com a Dilma. Mas n�o posso esquecer tamb�m que pela Dilma n�s perder�amos a elei��o. Ela apoiou o (ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior) Fernando Pimentel (PT). Sei que tenho compromisso com o partido, mas conversei com o presidente. Quero ter posi��o bastante independente. Obviamente n�o haver� alinhamento autom�tico nem com a situa��o nem com a oposi��o. Acho que, no que for do interesse de Minas, vou votar com o governo do estado, e o que for interessante para o Brasil vou votar com o governo federal. Realmente a situa��o � complicada. Tenho dever de lealdade com as for�as pol�ticas que me elegeram, com Itamar Franco e A�cio.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), tamb�m tem essa boa rela��o. Apesar de ser ministro, tem �tima rela��o com A�cio.
Vamos conversar com o ministro. Quero ter posi��o independente. Vou votar com a minha consci�ncia. � uma situa��o chata. Sou suplente do senador Itamar Franco, que era de oposi��o. Agora, jamais vou fazer oposi��o velada ao governo. Ou oposi��o. Vou procurar agir de forma independente.

Sem radicalismos?
Sem radicalismo. Conversando. Vou fazer oposi��o a Dilma? Tamb�m n�o. Vou votar no que for importante para Minas e para o Brasil. Sobretudo em rela��o a Minas. Eu, A�cio e Cl�sio teremos que trabalhar juntos. O pr�prio A�cio n�o tem postura radical.

Como conciliar o Cruzeiro e o mandato?
Tenho uma equipe boa no Cruzeiro. J� consegui conciliar isso quando fui deputado federal. No primeiro momento pensei at� em n�o me candidatar (� presid�ncia do Cruzeiro). Conselheiros fizeram um apelo. Pensei em preparar minha sucess�o, porque futebol � mais complicado. Se entrar algu�m que n�o est� acostumado a andar no meio, at� aprender as coisas, pode se complicar. N�o estou dizendo que n�o tenha algu�m que possa se candidatar, apenas que ainda n�o h� a experi�ncia necess�ria. Eu n�o estava com expectativa de assumir como senador. Obviamente fiquei chateado. Meu projeto era ficar aqui e preparar minha sucess�o. J� que n�o posso me reeleger. Mas aconteceu a fatalidade com o Itamar e vou ter de conciliar.

� mais dif�cil ser cartola ou senador?
Ser cartola � mais dif�cil. Tem que matar um le�o por dia. Disputamos tr�s ta�as Libertadores da Am�rica seguidas e o pessoal n�o fica contente. Foram 82 anos para sermos campe�es, ali�s, fomos em 1966, foi reconhecido agora, e o pessoal fala que h� oito anos n�o ganhamos nada. � uma press�o danada. Trabalhamos com dificuldades. O or�amento dos times de Minas, na compara��o com S�o Paulo e Rio, s� de televis�o, � 40% menor.

O senhor vai ser o senador dos cruzeirenses ou dos atleticanos tamb�m?
Vou ser senador dos mineiros, at� porque tenho boa rela��o com os torcedores do Atl�tico. Tenho um irm�o que � atleticano. Quero separar isso bem. Em Bras�lia cuidarei de pol�tica. Aqui cuido do Cruzeiro.

O time n�o atrapalha um pouco? O senhor na passagem pela Assembleia foi um dos deputados mais faltosos.
N�o nego isso. Mas a Assembleia � aquela hist�ria. Se voc� reparar, eu estava presente em todas as vota��es importantes. At� porque tem muita gente que vai l� (a Assembleia) para comer p�o de queijo e melancia. Eu ia nas vota��es importantes.

E a quest�o do Minist�rio P�blico? A investiga��o sobre a venda de jogadores para o exterior?
Esse promotor a�, Eduardo Nepomuceno, me persegue h� oito anos. J� tranquei alguns inqu�ritos. Ele fez um uma vez para investigar o Cruzeiro, j� tramitado e julgado, e o Minist�rio P�blico n�o tinha compet�ncia para investigar time de futebol, inclusive com jurisprud�ncia do Superior Tribunal de Justi�a (STJ). Ent�o ele ficou tentando encontrar outras maneiras. Acho que ele deveria se julgar impedido. Porque � um atleticano que j� ganhou o Galo de Prata (homenagem do Atl�tico a torcedores ilustres). Voc� entra no gabinete do cara e tem p�ster e bandeira do Atl�tico na parede. Acho que mistura um pouco as coisas. Esse neg�cio de investiga��o n�o me preocupa, mas, quando se fala que est� sendo investigado, a opini�o p�blica, at� por ignor�ncia, entende como se voc� tivesse sido condenado. Ent�o acho que foi fruto mais de persegui��o mesmo. No processo do Ramires, por exemplo, a Pol�cia Federal abriu investiga��o sobre isso e o pr�prio delegado pediu o arquivamento da a��o. No caso do Luiz�o, o delegado, at� por n�o entender bem os meandros do futebol, acha estranho vender um jogador para um pequeno clube do Uruguai. Esse pequeno clube, leia-se Juan Figger, tem mais de 200 jogadores no clube. Por que faz isso? Para come�ar, no Uruguai ainda existe a lei do passe. Faz isso para segurar o atleta. Ent�o o delegado estranha um pequeno clube do Uruguai ter condi��es de comprar um jogador e acha que tem rolo em fun��o disso. S� que se ele tivesse me convidado para depor…

Na verdade era a ponte do empres�rio?
Existe isso. Todos os empres�rios t�m um clube de futebol. Eles n�o teriam nenhuma garantia. O clube pequeno serve como cart�rio. � absolutamente legal. Acontece com o Ricardo Guimar�es e outros investidores no futebol. Compra um atleta, p�e em um pequeno clube para se garantir. Obviamente tem um contrato para remunerar o clube para fazer esse tipo de servi�o. � legal.

Mas por que o Minist�rio P�blico insiste?
� a primeira vez que falo abertamente sobre isso. O delegado n�o me notificou. Simplesmente ligaram para o meu gabinete na Assembleia, achei que fosse trote. Tinham que me notificar. E, quando o Alvimar foi l� prestar esclarecimentos, o delegado disse que qualquer coisa que falasse n�o ia adiantar porque ele iria fazer o indiciamento. Se voc� ler, o indiciamento fala haver fortes ind�cios de irregularidades, mas que n�o encontrou provas. � um absurdo, tanto que o procurador federal at� agora n�o me denunciou. Pediu informa��es para o clube no Uruguai, que j� devem ter sido enviadas. N�o acredito que serei denunciado. Agora a gente, que mexe com futebol, tem inimigos poderosos, tanto de um lado como de outro.

Se o senhor fosse escalar um time da pol�tica brasileira, quem seria o goleiro, o que segura tudo?
Voc� fala um time de primeira ou segunda divis�o? (risos)

De primeira divis�o.
Goleiro seria o Sarney (o presidente do Congresso Nacional, Jos� Sarney), que est� a� segurando tudo h� muitos anos. Um pol�tico que respeito � o Pedro Simon (PMDB-RS).

A�cio � canhoto. Seria o ponta esquerda?
Seria o centroavante.

At� porque n�o d� para coloc�-lo na esquerda, n�o �?
Ou no meio-campo. Dem�stenes Torres (DEM-GO) na ponta direita. S� na ponta direita. Para mim, diferentemente de ideologia, tenho respeito pelas posi��es. Lula para mim foi uma grata surpresa. N�o esperava o que fez. Obviamente houve um boom no desenvolvimento mundial e o Brasil acompanhou. Mas para mim � um pol�tico raro, de um carisma danado. E o pr�prio Lula, quando se transformou em presidente, n�o era PT. Ficou muito mais, eu diria, de centro-esquerda.

Que projetos pretende apresentar no Senado?
N�o � projeto em si. Quero trabalhar muito a bandeira da reforma tribut�ria. Acho que todo brasileiro tem que entender por que um carro custa tr�s vezes mais no Brasil que na Europa, com m�o de obra mais cara l�. E defendo o financiamento p�blico de campanha. Sem ele abre-se uma fonte de brechas para corrup��o. O cara tem que arrumar dinheiro para campanha…

E firma compromissos para a frente.
E firma compromissos com empreiteiras, com um monte de coisas. Vou pedir para fazer parte da Comiss�o de Agricultura. Quero tamb�m fazer homenagem ao Itamar Franco e ter uma foto dele no meu gabinete para me inspirar nele. Substituir um cara dessa envergadura � dif�cil. Se eu conseguir fazer 10% do que o Itamar fez na vida p�blica dele, j� serei um grande vitorioso.


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