Bras�lia – Oposi��o e governo aguardam com ansiedade o depoimento do ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Pagot nesta ter�a-feira, no Senado, que promete ser explosivo. Desde que foi afastado do cargo, na segunda-feira passada, pessoas pr�ximas a Pagot afirmam ter ouvido dele den�ncias pesadas envolvendo o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento e at� o atual ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo, que ocupava a pasta do Planejamento at� dezembro de 2010. Sobre Nascimento, Pagot reclama que o ex-ministro tirou-lhe autonomia de a��o e passou a centralizar a condu��o dos projetos. Em rela��o a Paulo Bernardo, integrantes do PR afirmam ter ouvido que o petista sabia dos aditivos contratuais em obras no Paran�, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O governo montou uma opera��o padr�o para evitar estragos no depoimento de Pagot. Foram escalados tamb�m assessores do minist�rio do Planejamento ligados �s obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) para acalmar o ex-diretor do Dnit, que considerou injusto o seu afastamento. Procurado pelo Estado de Minas, Pagot pediu desculpas por falar apressadamente – estava saindo da padaria –, mas afirmou que s� dar� entrevistas na quarta-feira, depois do depoimento que prestar� na C�mara dos Deputados. No Senado, o depoimento ser� em audi�ncia conjunta nas comiss�es de infraestrutura e meio ambiente. J� na C�mara, Pagot comparecer� �s comiss�es de Fiscaliza��o e Controle, Ci�ncia e Tecnologia, Trabalho e Via��o e Transportes.
Um integrante da base aliada afirmou que n�o existe irregularidade no fato do ent�o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, saber de aditivos contratuais em obras do PAC. Para este senador governista, como os recursos do PAC fazem parte do Or�amento, o ministro do Planejamento precisa, necessariamente, ser informado quando os gastos s�o majorados. “Da� dizer que ele sabia das negocia��es para esses aditivos vai uma grande dist�ncia”, completou o aliado.
Lado oposto
Advers�rio pol�tico do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) afirmou que ainda n�o tem uma posi��o fechada sobre o depoimento de Pagot. “Vou esperar suas declara��es para formar um ju�zo e pensar em meus questionamentos”, ponderou. Outro que optou pela cautela � o senador Jorge Viana (PT-AC), presidente da Comiss�o de Meio Ambiente do Senado. “O requerimento foi feito pelo senador Blairo Maggi (PR-MT). Espero que ele venha aqui e esclare�a tudo o que ocorreu”, completou Viana.
Apesar de n�o esperar avan�os no depoimento de Pagot sobre as irregularidades cometidas no Dnit, a oposi��o acredita que o diretor vai relacionar suas a��es no �rg�o a ordens superiores, envolvendo at� mesmo o ministro interino, Paulo S�rgio Passos, pois este j� assumiu a pasta em outras duas oportunidades, durante as desincompatibiliza��es de Alfredo Nascimento para disputar elei��es majorit�rias.
Sem novidade
Senadores da oposi��o acham pouco prov�vel que Pagot avance sobre as irregularidades no Dnit. “Ele n�o vai se auto-incriminar”, diz um senador. Por isso, a sa�da seria atribuir � ordens superiores todas suas atitudes na autarquia. Alguns senadores j� ouviram do pr�prio Pagot que n�o fez nada sozinho. Pelo fato de ter topado o convite para prestar esclarecimentos numa audi�ncia p�blica, cujo comparecimento n�o � obrigat�rio, esses senadores acreditam que Pagot vai aproveitar a oportunidade para apontar a mando quem agia no comando do DNIT.
Um dos senadores atentos �s explica��es do ex-diretor-geral do Dnit � o senador Pedro Taques (PDT-MT). “Nesses casos, n�o existe oposi��o nem situa��o. � preciso defender o patrim�nio p�blico e cobrar a verdade.” O senador Dem�stenes Torres (DEM-GO) afirma que a oposi��o n�o tem uma estrat�gia para a audi�ncia.