PR j� admite perder o comando de estatal respons�vel pelo setor ferrovi�rio

Bras�lia –O PR reconhece que perdeu for�a na rela��o pol�tica com a presidente Dilma Rousseff ap�s o esc�ndalo de corrup��o no Minist�rio dos Transportes e admite abrir m�o do comando da Valec Engenharia, estatal do setor ferrovi�rio. Com isso, espera manter algum f�lego na negocia��o para manter Luiz Antonio Pagot na Presid�ncia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), autarquia que interessa mais � legenda. O recado foi dado pelo l�der do partido na C�mara, Lincoln Portella (MG), e pelo deputado Luciano Castro (RR), durante encontro com o ministro dos Transportes, Paulo S�rgio Passos, na manh� de quarta-feira. Paulo S�rgio Passos deve encontrar-se com a presidente Dilma na pr�xima semana para decidir o futuro da estatal e da autarquia, mas nesse primeiro encontro n�o devem ser apresentados nomes para as vagas em aberto.

A proposta levantada durante a reuni�o entre o ministro e os parlamentares representa a segunda derrota do partido na queda de bra�o com a presidente Dilma. A legenda j� havia reclamado da efetiva��o de Passos como ministro sem qualquer tipo de consulta pr�via � sigla. Apesar de filiado ao PR, Paulo S�rgio Passos � servidor federal de carreira desde a d�cada de 1970. Na ordem de prefer�ncia dos parlamentares, o atual ministro seria a terceira op��o, atr�s de uma escolha da C�mara ou uma do Senado.

Tanto Luiz Antonio Pagot quanto o ex-presidente da Valec, Jos� Francisco das Neves, o Juquinha, foram afastados ap�s o esc�ndalo de cobran�a de propina e superfaturamento no Minist�rio dos Transportes. A desist�ncia do PR de lutar pela estatal abre espa�o para a presidente Dilma Rousseff indicar um nome t�cnico para o cargo, que poderia, inclusive, ser buscado no mercado, como sugeriu Passos aos dois parlamentares do PR. A presidente poderia adotar a mesma sa�da encontrada na nomea��o de Wagner Bittencourt para a nova Secretaria Nacional de Avia��o Civil.

Durante jantar com a base aliada na noite de quarta-feira, a presidente fez quest�o de ter uma conversa reservada com Castro e Lincoln para explicar a situa��o. “Eu queria dizer para voc�s que o momento era delicado e dif�cil e me obrigava a tomar uma decis�o r�pida (efetivar Passos como ministro). Eu espero que voc�s compreendam e saibam que o PR � muito importante como integrante da base aliada”, disse a presidente, segundo relato dos parlamentares.

Apesar do tom de afabilidade e do desejo de reconcilia��o, integrantes do PR ainda est�o inseguros na retomada da rela��o. Mas acham que o sinal de armist�cio do partido poderia ser apresentado como uma justificativa para a presidente Dilma manter o Dnit sob o controle da legenda.

Brecha

A legenda ainda tenta encontrar brecha para manter Luiz Antonio Pagot no comando do Dnit, bra�o executor do Minist�rio dos Transportes, com or�amento bem maior que a Valec. “Se as investiga��es apontarem alguma irregularidade de Pagot, eu serei o primeiro a dizer para que ele saia. Mas se nada for comprovado, ter�o que admitir que foi uma injusti�a”, disse o senador Blairo Maggi (PR-MT), respons�vel pela indica��o de Pagot para o cargo.

Oficialmente, o ex-diretor-geral do Dnit est� de f�rias at� 21 de julho. A presidente Dilma tem demonstrado irrita��o com movimentos de aliados e at� ministros para pression�-la a n�o exoner�-lo. Durante jantar com senadores do PT, na noite de ter�a, as ministras Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) levaram um recado da presidente aos presentes: “Essa press�o est� passando a imagem de que o governo vai recuar. E quem d� a �ltima resposta � ela”, conforme relato dos presentes. No c�rculo mais pr�ximo � presidente, n�o h� d�vidas: Pagot ser� exonerado quando retornar das f�rias, caso n�o pe�a para sair por livre vontade. “Vai ser ruim para o governo se isso n�o ocorrer”, admitiu um senador petista presente ao jantar.

Saiba mais

Verba curta

� gritante a diferen�a entre o montante de recursos que passa pelo Dnit e pela Valec, o que explicaria, em parte, a “desist�ncia” do PR do comando da estatal. O departamento que cuida de obras em rodovias j� executou este ano R$ 5,5 bilh�es. Os projetos de ferrovias consumiram R$ 711 milh�es, segundo dados do Siafi. Isso representa apenas 12% do montante do Dnit.