Justi�a aponta corrup��o em obra de Maluf e Pitta

Ao condenar a banc�ria Rachelle Abadi a 6 anos de reclus�o por crime de lavagem de dinheiro, a Justi�a Federal concluiu que houve corrup��o nas obras da Avenida �gua Espraiada, na zona Sul de S�o Paulo, durante a gest�o dos ex-prefeitos Paulo Maluf (1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000). A senten�a � do juiz federal Marcio Ferro Catapani, da 2.ª Vara Federal Criminal em S�o Paulo.

Segundo o Minist�rio P�blico Federal, Catapani acolheu a den�ncia sobre “esquema de corrup��o montado na Prefeitura de S�o Paulo na gest�o do prefeito Maluf, durante as obras de canaliza��o do c�rrego da �gua Espraiada e constru��o da avenida”. A obra, conclu�da em 2000, custou R$ 796 milh�es. A corrup��o foi o crime antecedente ao de lavagem.

Pitta morreu em 2009. Maluf n�o � r�u no processo - nem poderia ser, uma vez que det�m prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal (STF) em mat�ria penal. Mas sua administra��o � citada na a��o. Rachelle prestava assessoria financeira a Pitta. A Procuradoria da Rep�blica sustenta que ela cuidava de contas no exterior, “al�m de abrir e fechar empresas e movimentar o dinheiro entre as empresas e contas do ex-prefeito”.

Pitta teria enviado valores para Nova York, Su��a e Guernsey (Comunidade Brit�nica), “por meio de sofisticados esquemas financeiros, recursos provenientes de corrup��o na realiza��o de obras p�blicas durante os quatro anos em que ficou � frente da Secretaria de Finan�as (1993-1996) e durante o mandato de prefeito, notadamente recursos derivados da constru��o da Avenida �gua Espraiada”. O juiz destacou que “h� provas nos autos da pr�tica desse delito (corrup��o), em grau suficiente para um feito no qual se apura a lavagem de ativos”.

Defesa

“Essa decis�o � uma triste injusti�a”, declarou o criminalista Arnaldo Malheiros Filho, que defende Rachelle Abadi. “Essa senhora � uma banc�ria de longa carreira num conglomerado familiar, que conheceu Celso Pitta na condi��o de diretor financeiro de uma grande empresa nacional, a Eucatex. O valor de US$ 1 milh�o n�o seria desproporcional na rescis�o do contrato de um executivo desse porte.”

Segundo Malheiros, “at� ent�o, nem pela imprensa ela ouvira falar que Celso Pitta poderia estar desviando dinheiro da administra��o, o que ali�s sequer foi provado”. O ex-prefeito Paulo Maluf sempre recha�ou ilegalidades na obra da �gua Espraiada. Ontem, ele n�o foi localizado para falar sobre o caso.