Bras�lia – A exonera��o do diretor-financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Juc� Neto, foi oficialmente publicada nessa quarta-feira, no Di�rio Oficial da Uni�o. Irm�o do l�der do governo no Senado, Romero Juc� (PMDB-RR), Neto pediu para deixar o cargo depois de ser acusado de pagar R$ 8 milh�es, de maneira irregular, para uma empresa de armazenagem chamada Renascen�a. Havia apenas um m�s que ele estava no cargo.

A a��o de Juc� Neto gerou desconforto no pr�prio PMDB. Para evitar sinais de coniv�ncia da c�pula partid�ria – o ministro da Agricultura � afilhado pol�tico direto do vice-presidente Michel Temer –, a sigla resolveu entregar a cabe�a do diretor-financeiro para o Pal�cio do Planalto.
Essa n�o foi a primeira vez que Juc� Neto deixa um cargo na m�quina federal apontado como suspeito de pr�ticas irregulares. Em 2009, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, exonerou todos os apadrinhados pol�ticos lotados na Infraero – entre eles, Juc� Neto –, alegando que pretendia “limpar o nome” do �rg�o. Na �poca, Romero Juc� defendeu o irm�o e reclamou da postura de seu companheiro de partido, classificando o ato como “leviandade”.
O senador Romero Juc� sabe que outros de seus aliados est�o na mira do Planalto. No setor el�trico, a presidente Dilma Rousseff pretende trocar Luiz Henrique Hamann, diretor-financeiro de Furnas e indicado por Juc� para o cargo. No in�cio do ano, a presidente nomeou Fl�vio Decat para a presid�ncia da subsidi�ria, mas acabou n�o substituindo a diretoria, o que tornou Decat ref�m de um grupo de subordinados ainda ligados ao PMDB.
O �nico que permanece com o prest�gio intacto � o pr�prio parlamentar roraimense. A interlocutores pr�ximos do partido, ele tem se queixado de que tantas den�ncias envolvendo direta ou indiretamente seu nome derivam da ambi��o do PT de lhe tirar a lideran�a no Senado. “A bolsa de apostas � para saber se Juc� ser� ou n�o l�der do governo que assumir em 2015”, brinca um aliado da presidente, referindo-se ao fato de Juc� ter ocupado o posto nas gest�es de Fernando Henrique Cardoso, de Luiz In�cio Lula da Silva e, agora, de Dilma.
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Gestora gr�cola
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) � o �rg�o p�blico vinculado ao Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento respons�vel pela gest�o das pol�ticas agr�colas e de abastecimento para atender as necessidades b�sicas da sociedade e estimular os mecanismos de mercado, por meio da Pol�tica de Garantia de Pre�os M�nimos do governo federal. A empresa iniciou suas atividades em 1991 e atua hoje como a principal encarregada de regular a oferta de produtos agropecu�rios no mercado interno. Em fevereiro de 2010, o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) divulgou relat�rio apontando problemas na contrata��o de 48 empresas pela Conab. O documento afirmou que as empresas tinham d�bitos para a armazenagem de estoques p�blicos e n�o disponibilizavam sistemas de gerenciamento adequado. O minist�rio remanejou os alimentos estocados e informou ao tribunal que as irregularidades foram corrigidas.