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Estado de Minas

Fam�lia de Jo�o Goulart tenta desvendar o mist�rio da morte do ex-presidente


postado em 14/08/2011 08:53 / atualizado em 14/08/2011 12:08

Em 4 de agosto, parentes do ex-presidente Jo�o Goulart entraram no gabinete da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Ros�rio, na tentativa de encerrar a �ltima linha de um epis�dio com in�cio h� 50 anos. A ren�ncia de J�nio Quadros, em 25 de agosto de 1961, inseriu o pa�s em zona de turbul�ncia que s� teria fim com a redemocratiza��o, 24 anos depois. Ent�o vice-presidente, Jango conseguiu assumir o poder a partir de uma campanha planejada pelo � �poca governador ga�cho, o cunhado Leonel Brizola, que chegou a sonhar com uma reedi��o da Revolu��o de 1930. Presidente a partir de uma decis�o inst�vel de J�nio, foi com a mesma instabilidade pol�tica que Jango protelou o golpe militar fracassado em 1961 at� o �ltimo dia de mar�o de 1964. Se os motivos da ren�ncia de J�nio foram parcialmente revelados pelo ex-presidente nos �ltimos anos de vida, as circunst�ncias da morte de Jango permanecem veladas. E � esse v�u que a fam�lia Goulart pretende remover.

Morto no ex�lio, em dezembro de 1976, com atestado de �bito indicando apenas “enfermidade”, Goulart n�o passou por aut�psia. Agora, a vi�va e os filhos do ex-presidente pretendem exumar o corpo, certos de que o pol�tico morreu envenenado. “N�o temos interesses econ�micos, minha m�e j� foi at� anistiada. Queremos p�r um ponto final na nossa ang�stia”, diz o filho mais velho de Jango, Jo�o Vicente Goulart. O caso, aberto por determina��o da subprocuradora-geral da Rep�blica, Gilda de Carvalho, em junho, est� nas m�os do Minist�rio P�blico no Rio Grande do Sul.

Em 25 de agosto de 1961, em uma carta com refer�ncias a “for�as ocultas”, J�nio Quadros deixou o Pal�cio do Planalto depois de apenas sete meses de governo. Quando prefeito de S�o Paulo, antigos colaboradores relatam que n�o eram novidade pedidos de ren�ncia do pol�tico em momentos de tens�o. Para n�o correr o risco de o vice assumir, tratou de despachar Goulart a uma viagem oficial � China. A diferen�a � que, se na capital paulista as ren�ncias sempre foram engavetadas, em Bras�lia ela virou realidade. “N�o havia suspeita nenhuma de fragilidade do governo, nem instabilidade. A ren�ncia propiciou tudo isso”, diz o cientista pol�tico da Universidade de Bras�lia Octaciano Nogueira.

Sa�da

Jango soube da ren�ncia quando se preparava para voar, em Cingapura. Retornou �s pressas, mas, diante da amea�a iminente de golpe pelos militares, preferiu aterrissar em Montevid�u, Uruguai. Brizola montou uma r�dio nos por�es do Pal�cio Piratini, armou 2 mil civis e, de l�, passou a transmitir discursos pregando o respeito � Constitui��o e � posse do vice-presidente. Com a ades�o do 3º Ex�rcito, o protesto virou levante e Jango aceitou assumir a Presid�ncia. Depois de tomar posse, em 7 de setembro de 1961, Jango acabaria deposto em 1º de abril de 1964. “Brizola fez a campanha da legalidade, mas estava defendendo, na verdade, muito mais uma posi��o de poder do que a Constitui��o. Se Jango era o herdeiro primeiro de Get�lio Vargas, a linha sucess�ria tinha o pr�prio Brizola logo abaixo e ele vislumbrava isso”, analisa o cientista pol�tico do Insper Carlos Mello.

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Ros�rio, acenou com a possibilidade de escalar o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, fundado pelo pr�prio Jo�o Goulart, para auxiliar nas investiga��es sobre a morte do ex-presidente. Quanto � exuma��o pedida pela fam�lia, o assunto deve ficar restrito ao MPF e � Justi�a. “N�o temos poder para investigar, chamar um general argentino para depor, mas o governo, uma Comiss�o da Verdade teriam”, afirma Jo�o Vicente.


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