Dona da campanha eleitoral mais cara entre os candidatos ao Senado no Paran�, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), envolvida em pol�mica recente sobre o uso de jatinhos particulares, declarou em sua presta��o de contas despesas de apenas R$ 56,9 mil com empresas de t�xi a�reo, o equivalente a 0,7% dos quase R$ 8 milh�es que informou ter gasto na disputa.
Na segunda-feira, em resposta � reportagem publicada na revista �poca sobre a utiliza��o de um avi�o particular da construtora Sanches Tripoloni ao lado do marido Paulo Bernardo - hoje ministro das Comunica��es e na ocasi�o ministro do Planejamento -, a ministra divulgou nota dizendo ter feito seus voos durante a campanha apenas em avi�o fretado e com contrato de aluguel. Questionada sobre a presta��o de contas da campanha, Gleisi foi econ�mica nas explica��es.
A ministra confirmou ao jornal gastos de R$ 56,9 mil com avi�es que, segundo ela, se referem a 26 horas de voo pagas �s empresas H�rcules e Helisul. Ela afirma ter feito outros deslocamentos a�reos “em conjunto com outros candidatos”, mas n�o especificou os seus nomes.
Disse ainda ter viajado muito por terra e confirmou que embarcou em avi�o algumas vezes, sem mencionar quantas, com o candidato do PDT ao governo, Osmar Dias. Indagada se realizou voos para sua campanha com outras empresas e se isso n�o estaria contabilizado, a ministra negou. Ela tamb�m garante n�o ter usado avi�o emprestado por empresas privadas.
O ministro Paulo Bernardo afirma ter voado durante a campanha da mulher em avi�es particulares e explicou que as aeronaves eram fretadas. As empresas, disse, recebiam pagamento por ceder o transporte. Tamb�m questionado pelo Estado se sabia de gastos n�o contabilizados, o ministro reagiu dizendo n�o ter sido respons�vel pelas contas de campanha de Gleisi.
Contraste
Os gastos de Gleisi com t�xi a�reo s�o sete vezes menores do que o de seu companheiro de chapa no Paran�, o senador Roberto Requi�o (PMDB). O peemedebista gastou R$ 416 mil com avi�es. O aliado, no entanto, investiu em toda sua campanha R$ 3 milh�es, menos da metade do que Gleisi.
As suspeitas sobre as rela��es do casal de ministros com a empreiteira Sanches Tripoloni t�m como pano de fundo a crise que levou a demiss�es em s�rie no Minist�rio dos Transportes. A empreiteira � a respons�vel pela obra do Contorno Norte de Maring�, no Paran�. A obra foi inclu�da no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) por press�o de Paulo Bernardo.
A construtora Sanches Tripoloni negou ontem em nota, ap�s questionada pelo Estado, que tenha transportado Paulo Bernardo durante a campanha do ano passado na aeronave King Air, prefixo PR-AJT, ou qualquer outra. “A empresa tamb�m informa que n�o cedeu aeronaves para campanhas eleitorais.”
Doa��es
A campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT) que conseguiu uma cadeira no Senado no ano passado como representante do Paran�, teve um acr�scimo de 420% no volume de doa��es em rela��o a 2006, quando concorreu pela primeira vez ao mesmo cargo. Do R$ 1,5 milh�o declarado aos tribunais eleitorais em 2006, ela pulou para mais de R$ 7,9 milh�es em 2010. Um volume bastante superior ao segundo colocado no Paran�, o senador Roberto Requi�o (PMDB), que arrecadou cerca de R$ 3 milh�es.