Seis anos depois do esc�ndalo do mensal�o, per�odo de campanhas milion�rias e suntuosos encontros partid�rios, o PT ainda tenta encontrar um modelo de sustenta��o financeira. Discuss�es sobre incha�o do n�mero de filiados e aumento do tradicional “d�zimo”, hoje cobrado com rigor apenas dos militantes com cargos na m�quina p�blica, est�o na lista das principais pol�micas do 4.º Congresso do PT, que come�a na sexta-feira e vai at� domingo, em Bras�lia.
At� agora, propostas que pregam o endurecimento das normas estabelecidas para filia��o e regras mais r�gidas para disputa em pr�vias racharam o PT. As maiores diverg�ncias est�o na corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, majorit�ria na legenda.
Convocado para reformar o estatuto do partido, o encontro vai discutir de tudo um pouco: desde propostas que representam uma guinada � esquerda e remetem aos anos 80 - quando o interessado em ingressar na legenda passava por um “batismo” - at� aquelas que abrem as portas do petismo para ades�es em massa.
A presidente Dilma Rousseff e Lula estar�o juntos na abertura do congresso, na sexta-feira � noite. A dire��o do PT espera fazer do encontro um “happening” e rasgar� elogios ao governo Dilma na resolu��o pol�tica a ser aprovada no s�bado. Nos bastidores, por�m, h� uma disputa pela concep��o que deve nortear o partido quase nove anos ap�s chegar ao Planalto.
Sob a coordena��o do deputado Ricardo Berzoini (SP), ex-presidente do PT, o anteprojeto de reforma do estatuto prop�e uma taxa semestral de contribui��o para filiados que n�o ocupam cargo eletivo nem cadeiras no Executivo. Hoje, esses filiados devem pagar o d�zimo anualmente, mas, na pr�tica, os desembolsos s� s�o feitos �s v�speras de pr�vias ou elei��es diretas para a escolha do presidente do partido, os chamados PEDs.
Desde 2002, quando Lula chegou ao Planalto, at� hoje, o n�mero de filiados do PT saltou de 828 mil para 1,45 milh�o, um aumento de 75%. Mesmo assim, o partido continua no vermelho. Apesar de ter renegociado sua d�vida ap�s o mensal�o (2005), o rombo chega aos R$ 35 milh�es.