A sinaliza��o do PT nacional, oficializada pela resolu��o aprova no domingo durante o 4º Congresso Nacional do partido, de que n�o haver� restri��es a uma alian�a formal com o PSDB em Belo Horizonte, em torno da reelei��o de Marcio Lacerda (PSB), acirrou a disputa entre os petistas pela vaga de vice-prefeito. Al�m de Roberto Carvalho, que hoje ocupa o cargo, e do presidente estadual da legenda, deputado federal Reginaldo Lopes, que formalizou a transfer�ncia de seu domic�lio eleitoral para a capital, outros nomes potenciais est�o colocados: o deputado federal Miguel Corr�a J�nior, o deputado estadual Andr� Quint�o e o ex-deputado federal Virg�lio Guimar�es, preferido de Lacerda. Em jogo, n�o apenas a composi��o da chapa, mas as possibilidades de ocupar por dois anos e oito meses a cadeira de prefeito – no caso de Lacerda ser bem-sucedido numa candidatura ao governo de Minas, em 2014 – e de ser o sucessor natural nas elei��es de 2016 � PBH.
Diferentemente das negocia��es que se fecham entre as c�pulas do PSDB com Marcio Lacerda (PSB) e l�deres do PT estadual, como Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, que j� selaram a reedi��o da alian�a, o discurso de Roberto Carvalho � outro. A conturbada rela��o com o prefeito no exerc�cio deste mandato abriu caminho para outros nomes do PT. A resolu��o aprovada no domingo deixou a �ltima palavra sobre coliga��es com partidos que n�o fazem parte do arco de alian�a que apoia o governo Dilma Rousseff para os diret�rios municipais. Presidente do diret�rio de Belo Horizonte, Roberto Carvalho continua a considerar improv�vel a alian�a entre petistas e tucanos. “Se em 2008 havia um sentimento nas bases do PT contr�rio � coliga��o, hoje � mais do que um sentimento, � uma rejei��o completa”, sustentou. “O PSDB, o DEM e o PPS s�o os advers�rios nacionais do projeto pol�tico liderado por Dilma Rousseff”, lembrou Carvalho, insistindo que vai procurar discutir a sucess�o preferencialmente com legendas aliadas ao governo federal, como o PMDB.
S� que entre os peemedebistas, o salve-se quem puder da corrida eleitoral vai longe. O presidente estadual, Antonio Andrade, j� declarou em alto e bom som que a pol�tica de alian�as ser� feita nos munic�pios de acordo com as conjunturas locais. Para bom entendedor: a base de sustenta��o de Dilma, em Bras�lia, n�o ter� influ�ncia na configura��o das coliga��es nos munic�pios, onde a pol�tica tem vida independentemente da realidade nacional. Em todas as cidades, o PMDB busca parceiros para vencer as disputas, n�o necessariamente para refor�ar a base da presidente em Minas.
Em Belo Horizonte, o deputado federal Leonardo Quint�o (PMDB) j� lan�ou a sua candidatura ao governo municipal: 2012 repetir� o embate de 2008, com a diferen�a de que desta vez o PCdoB, da deputada federal e ex-candidata � PBH J� Moraes, em acordo nacional com o PSB, decidiu apoiar Lacerda. Em troca, socialistas respaldar�o a candidatura da deputada federal Manuela D’ �vila (PCdoB-RS) em Porto Alegre.
Apoio tende ser maior
Para o ano que vem, a dissid�ncia no PT tende a ser menor. Lacerda deve ter o apoio do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome Patrus Ananias, que, em 2008, n�o se envolveu por discordar da forma como foi conduzida a costura da alian�a entre Fernando Pimentel e o ent�o governador A�cio Neves (PSDB). Do grupo de Patrus, o deputado estadual Andr� Quint�o surge como um poss�vel nome para compor a chapa de Lacerda. Quint�o tem peso pol�tico dentro do diret�rio municipal de Belo Horizonte, com apoio de aproximadamente um quinto do conjunto dos filiados. Ligado a Fernando Pimentel, surge o nome do deputado federal Miguel Corr�a J�nior como prov�vel vice. Al�m de bom tr�nsito com Lacerda, Miguel Corr�a controla cerca de um quarto das filia��es do PT municipal. Sem mandato e ainda sem cargo no governo federal, o ex-deputado federal Virg�lio Guimar�es, substitu�do pelo filho, Gabriel, na C�mara dos Deputados, tamb�m est� empenhado em ser indicado para vice de Lacerda. H� ainda Reginaldo Lopes, que, embora n�o admita, tem o nome colocado.
“Defendo a alian�a com Marcio Lacerda e, mesmo compreendendo que a participa��o do PSDB � contradit�ria, em BH trata-se de uma pol�tica de repara��o de danos”, alegou Reginaldo Lopes, em refer�ncia ao fato de o PT n�o ter lan�ado candidatura pr�pria em 2008 para apoiar Lacerda. “O PT deve concorrer apoiando Lacerda e compondo a chapa e se concentrar para retomar a PBH em 2016”, acrescentou. Sem admitir que seja candidato a vice, Reginaldo Lopes defende a manuten��o de Roberto Carvalho na chapa de Lacerda. “Vai ser uma guerra a escolha de outro vice. � melhor deixar o Roberto Carvalho, que j� est� l�”, afirma o presidente estadual do PT. De certa forma Reginaldo Lopes tem raz�o. Entre petistas � sabido que ser� mais f�cil aprovar na legenda a coliga��o com os tucanos do que firmar consenso em torno de um outro nome para vice.
Miguel Corr�a J�nior avalia que n�o ser� f�cil a defini��o. “V�rios fatores v�o pesar na escolha do vice: entre eles, o prefeito, as lideran�as do PT envolvidas no processo, como Pimentel, e do PSDB, como A�cio Neves.” Segundo ele, o processo n�o poder� queimar etapas. “Em dezembro vamos abrir a discuss�o para aprovar o Marcio Lacerda como o nosso candidato tendo o PT como vice”, disse. “S� a partir da� abriremos a discuss�o sobre quem ser� o vice”, afirma.