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Estado de Minas

'Faxina' de Dilma est� longe de terminar

Presidente ainda deve renovar setores do governo envolvidos em corrup��o irregularidades diversas


postado em 25/09/2011 09:21

Mesmo com o apoio da popula��o, que chegou a ir �s ruas para aplaudi-la no dia 7 de Setembro, em Bras�lia, e na semana passada, no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff fez uma faxina incompleta nos setores do governo envolvidos em corrup��o irregularidades diversas e mau uso do dinheiro p�blico. A limpeza s� ocorreu na c�pula do Minist�rio dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Na Valec, a estatal respons�vel pela constru��o das grandes ferrovias previstas no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), como a Norte-Sul e a Oeste-Leste, foi afastado s� o presidente Jos� Francisco das Neves, o Juquinha. Ele saiu no rastro do esc�ndalo que abalou o Minist�rio dos Transportes, no in�cio de julho. Investiga��es aa Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) indicaram desvios de R$ 279,7 milh�es na Valec.

Juquinha foi substitu�do interinamente por Felipe Sanchez da Costa, diretor da Valec, mas segundo informa��es de dentro da estatal quem manda mesmo na empresa � Luiz Carlos Oliveira Machado, diretor de Engenharia, um protegido do presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP). A Ferrovia Norte-Sul, uma das principais obras da Valec, foi iniciada no governo de Sarney (1985-1990) e nasceu envolvida em esc�ndalos. Na �poca, descobriu-se que a licita��o havia sido dirigida e os vencedores j� eram conhecidos havia meses.

Acampado. Como se considera o pai da Ferrovia Norte-Sul, o presidente do Senado nunca desencarnou dela. Em 1989, ainda presidente da Rep�blica, Sarney fez uma visita ao canteiro de obras da Norte-Sul de A�ail�ndia (550 quil�metros ao sul de S�o Lu�s). Vivia um momento dif�cil e enfrentava uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito que investigava corrup��o em seu governo. Prometeu que nos governos subsequentes acamparia nos trilhos at� que a ferrovia fosse conclu�da.

Sarney n�o precisou fazer nada disso. Mudou seu domic�lio eleitoral para o Amap� e voltou ao Congresso. Em 2002 aliou-se ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, outrora um advers�rio da Norte-Sul, e defensor dela depois de assumir o mandato. Para n�o correr riscos, Sarney passou a influir na indica��o dos diretores da Valec. A obra est� atrasada, como ocorre com todas as de tamanha grandeza e valor - seus custos j� est�o em mais de R$ 5 bilh�es. Mas dever� ser inaugurada integralmente durante o governo de Dilma Rousseff.

Na quinta-feira a Subcomiss�o das Obras do PAC da C�mara esteve em Palmas e Gurupi, no Tocantins, para visitar dois trechos da Ferrovia Norte-Sul, onde teria havido desvios de R$ 84 milh�es, de acordo com o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). “� uma coisa complicada, porque 85% dos servi�os j� foram feitos. Desmanchar n�o d�. Temos � de ver se conseguimos reduzir os pre�os”, afirmou o presidente da subcomiss�o, deputado Carlos Brand�o (PSDB-MA), que comandou a visita dos parlamentares.

S� promessas. Na limpeza prometida por Dilma um dos alvos foi a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Trata-se de um �rg�o com or�amento de investimentos anuais de R$ 2,9 bilh�es, presente em todos os Estados brasileiros, fundamental para a forma��o de estoques reguladores de alimentos. � tamb�m uma das estatais mais loteadas pelos partidos da base. Foi dividida entre PTB, PMDB e PT. � l� tamb�m que deputados e senadores costumam p�r alguns de seus filhos e netos.

Mas a faxina na Conab ficou s� na promessa da presidente. Do esc�ndalo na Agricultura que derrubou o ministro Wagner Rossi e o secret�rio executivo Milton Ortolan at� agora, sa�ram apenas dois dirigentes da Conab. Assim mesmo, um deles - Oscar Juc� Neto, irm�o do l�der do governo no Senado, Romero Juc� (PMDB-RR) - por brigas internas e desentendimentos com o ex-ministro Rossi.

O �nico sacrificado de fato foi R�mulo Gon�alves, diretor jur�dico, que deu lugar a Rui Magalh�es Piscitelli, interventor buscado por Dilma na Advocacia-Geral da Uni�o (AGU). Piscitelli foi levado para a estatal ainda durante a gest�o de Rossi. Como n�o houve a substitui��o de Juc� Neto, at� hoje a Conab est� sem diretor financeiro.

Desde abril a Conab tem como presidente Evangevaldo Moreira dos Santos, protegido do l�der do PTB na C�mara, Jovair Arantes (GO). De acordo com informa��o de parlamentares da base governista, Jovair Arantes teria retirado a candidatura a ministro do TCU, e apoiado a deputada Ana Arraes (PSB-PE), defendida pelo governo, numa troca para manter seu apadrinhado na Conab.

Al�m de Evangevaldo, permanecem na estatal outros diretores que, pelas promessas da presidente da Rep�blica, deveriam ter sa�do, como Marcelo Melo, diretor de Opera��es, indicado pelo PMDB; Rog�rio Abdala, diretor de Administra��o, do PMDB; e S�lvio Porto, diretor de Pol�tica Agr�cola, nome do PT na Conab.

Tamb�m continuam por l� Rodrigo Calheiros, filho do senador Renan Calheiros (AL), l�der do PMDB; Adriano Qu�rcia, assessor de programas da Conab, neto do governador Orestes Qu�rcia; Matheus Benevides, coordenador de acompanhamento de a��es or�ament�rias, neto do deputado Mauro Benevides (PMDB-CE); e M�nica Infante Azambuja, assessora da diretoria da Conab, ex-mulher do l�der do PMDB na C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN).


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