
Entre agradar os eleitores que lhes deram uma cadeira no Legislativo e desagradar o prefeito Marcio Lacerda (PSB), principalmente em ano pr�-eleitoral, os vereadores de Belo Horizonte preferem n�o fazer op��o. Os parlamentares resolveram fechar os olhos para uma pauta de 30 projetos e h� seis sess�es est�o esvaziando o qu�rum do plen�rio para n�o ter que apreciar uma pol�mica proposta que flexibiliza as regras de verticaliza��o na capital para facilitar obras para a Copa do Mundo de 2014. Na reuni�o dessa segunda-feira, bastaram tr�s minutos para o n�mero de presentes passar de 29 a 20, quantidade insuficiente para continuar os trabalhos.
Contr�rios �s regras propostas para estimular empreendimentos para o Mundial de Futebol, os vereadores tamb�m n�o querem pagar a conta do posicionamento. N�o querem ficar mal com o prefeito e perder benesses para as comunidades em que s�o votados, para as quais precisam do interm�dio do Executivo. A um ano de uma nova avalia��o do eleitor, uma obra ou solu��o de problemas no bairro pode fazer a diferen�a entre ser ou n�o reeleito.
Um dos mais empenhados opositores da proposta, o l�der do PMDB, Cabo J�lio, n�o arrisca tentar derrubar o texto. “Votar exp�e os vereadores, que s�o obrigados a dizer sim ou n�o ao Executivo, e n�o queremos deixar que alguns sejam retaliados. O vereador � o �nico pol�tico pr�ximo dos seus eleitores, que t�m demandas, como obras nos bairros. Isso � uma forma de retalia��o, principalmente em ano pr�-eleitoral”, afirmou. A sess�o de nessa segunda-feira foi aberta com 29 presentes, mas em seguida o vereador Joel Moreira (PTC) pediu verifica��o.
Minutos depois da reuni�o rel�mpago, o vereador Adriano Ventura (PT) chegou � Casa sem tempo para marcar presen�a. “Deixei uma reuni�o do F�rum de Transpar�ncia para vir e n�o tem qu�rum? Se n�o concordam com o projeto, t�m que chamar uma reuni�o com o prefeito e discutir. Sugiro que o pr�prio l�der do governo, Tarc�sio Caixeta (PT), cuide disso”, afirmou. O vereador Ronaldo Gontijo (PPS) tamb�m discordou do esvaziamento da reuni�o. “Minha avalia��o � que derrubar o qu�rum n�o � a melhor estrat�gia. � preciso ampliar a discuss�o”, disse.
O projeto da disc�rdia abre brecha para a constru��o de espig�es em regi�es como a Pampulha e Mangabeiras, o que desagrada a grande parte da popula��o. Os parlamentares n�o querem ficar com o �nus de liberar empreendimentos contra o desejo popular, como um novo hospital que substituir� o Instituto de Olhos Hilton Rocha, no Bairro Mangabeiras, Regi�o Centro-Sul. O local fica no meio da montanha, aos p�s da Serra do Curral.
Entre os 30 projetos que aguardam a boa vontade dos vereadores, um do Executivo autoriza parcerias p�blico-privadas para ampliar o n�mero de unidades de sa�de na capital. As demais mat�rias s�o de autoria dos pr�prios vereadores.