O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), relator na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) do projeto de lei de cria��o da Comiss�o da Verdade, adiantou nesta ter�a-feira que o seu parecer vai abordar a situa��o dos desaparecidos nas guerrilhas do Araguaia. Aloysio promete entregar o parecer na semana que vem.
Ele informou que na "longa" reuni�o que teve em seu gabinete em S�o Paulo com parentes de pessoas desaparecidas ou mortas nas guerrilhas ocorridas no Araguaia, no in�cio dos anos 1970, foram tratadas quest�es jur�dicas do projeto e outros t�picos que dever�o ser abrangidos pela comiss�o. "Tudo com uma carga dram�tica muito pesada, porque, evidentemente, se trata de uma ferida que n�o vai fechar nunca, com lei ou sem lei", destacou, referindo-se � conversa com parentes de desaparecidos.
O senador disse que os familiares defendem para a Comiss�o da Verdade um per�odo de atividade maior do que dois anos, al�m de imunidade para seus integrantes e autonomia financeira para o desenvolvimento dos trabalhos, entre outras medidas. "Enfim, pedem uma s�rie de provid�ncias e eu vou abordar isso no parecer", destacou.
Nos encontros com representantes do governo, os familiares das v�timas das guerrilhas de enfrentamento � ditadura militar reivindicam ainda a localiza��o e identifica��o dos restos mortais dos guerrilheiros, entre militantes e camponeses, al�m de denunciar que eles foram v�timas de deten��o arbitr�ria, execu��o e desaparecimento e que o Estado nunca teve interesse em apurar os crimes.
Aloysio Nunes disse que trabalhar� esta semana para entregar o quanto antes o seu parecer. Em princ�pio, ele disse que concorda com o "teor geral" do projeto aprovado pelos deputados no m�s passado. "� um passo importante para que a sociedade brasileira tenha conhecimento e possibilidade de formular seu ju�zo a partir de informa��es sobre fatos que dizem respeito � viola��o dos direitos humanos e que ainda n�o foram revelados, apesar de um esfor�o de mais de dez anos, desde a cria��o da comiss�o de mortos e desaparecidos, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso", afirmou o senador.