(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

PCdoB mobiliza para n�o perder espa�o no Minist�rio do Esporte

PCdoB n�o cogita abrir m�o da pasta que, apenas com a Copa do Mundo, gerencia R$ 25 bi at� 2014. Valor � 11 vezes maior que o destinado ao programa Segundo Tempo, alvo de den�ncias


postado em 23/10/2011 07:20

A mobiliza��o do PCdoB para n�o perder o Minist�rio do Esporte – ao longo da semana o partido mobilizou-se nas redes sociais, no Congresso Nacional e at� em um ato de desagravo ao ministro Orlando Silva na noite de sexta-feira, no Rio – embute muito mais do que uma disposi��o republicana de colaborar com o desenvolvimento do setor no pa�s. O partido n�o quer abdicar de um or�amento de quase R$ 25 bilh�es a serem administrados pelo coordenador da Copa do Mundo de 2014, figura centrada no titular da pasta.

Com dados atualizados at� 14 de outubro, essa � a cifra estimada dos investimentos previstos no PAC Mobilidade Urbana nas obras em portos e aeroportos e no empr�stimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para a constru��o das arenas em que ser�o disputadas as partidas de futebol. Comparado aos R$ 239 milh�es destinados ao longo do primeiro semestre deste ano ao programa Segundo Tempo, principal vitrine do minist�rio e alvo de investiga��es, o valor destinado ao Mundial � quase 11 vezes maior.

Esse or�amento bilion�rio, entretanto, n�o leva em conta outras medidas, como as a��es de turismo, de marketing e o pre�o final das concess�es dos aeroportos de Bras�lia, Guarulhos e Viracopos. Al�m disso, as arenas contam com dinheiro da iniciativa privada e boa parte dos est�dios ter� pre�os finais ultrapassando a casa de R$ 1 bilh�o, como � o caso do Itaquer�o e do Maracan�, onde acontecer�o, respectivamente, os jogos de abertura e de encerramento da Copa de 2014.

Prover a infraestrutura para a organiza��o do Mundial demanda um trabalho coordenado do governo, envolvendo diversas pastas. Apenas na chamada Gecopa, grupo interministerial formado para acompanhar as obras, h� 11 minist�rios coordenados pela Casa Civil. A presen�a da ministra Gleisi Hoffmann � institucional, pois toda vez que existem dois ou mais minist�rios envolvidos em um planejamento, obrigatoriamente a Casa Civil tem de assumir o papel de mediadora. Mas a nota emitida pela pasta de Gleisi ao longo da semana foi clara ao afirmar que “cabe ao Minist�rio do Esporte a tarefa de cuidar dos assuntos relativos ao Mundial de 2014”.

As articula��es do PCdoB para se manter no Minist�rio do Esporte come�aram ainda durante a transi��o de governo. Outros partidos, especialmente o PT, estavam de olho na pasta. A presidente Dilma Rousseff estava inclinada a tirar Orlando Silva do comando, passando o bast�o para a deputada comunista Luciana Santos (PE), ex-prefeita de Olinda. Naquele instante, cresceram os interesses pol�ticos do presidente do PCdoB, Renato Rabelo. Apesar de baiano, Orlando tem domic�lio eleitoral em S�o Paulo, estado onde o partido sempre teve papel secund�rio. A visibilidade daria musculatura eleitoral a algu�m que, at� o momento, era pe�a sem express�o no xadrez pol�tico paulista.

Rabelo defendeu enfaticamente a manuten��o de Orlando. “Poucas pessoas no mundo est�o t�o capacitadas no tema Copa quanto ele”, afirmou Rabelo, ap�s a cerim�nia de diploma��o de Dilma, em dezembro. Mas uma proposta feita por ela durante a transi��o de governo avivou a ambi��o do PCdoB. Em reuni�o com a c�pula partid�ria, a ent�o presidente eleita prop�s que Luciana ficasse no Minist�rio do Esporte e Orlando fosse remanejado para a Autoridade P�blica Ol�mpica (APO), com status de ministro.

A equa��o interessou aos militantes comunistas. O or�amento previsto para os Jogos Ol�mpicos no Rio, em 2016, at� o momento, beira os R$ 23 bilh�es. O PCdoB, um partido com apenas 13 deputados e dois senadores, passaria a administrar quase R$ 50 bilh�es. Orlando interessou-se pela troca. Desde quando a APO foi criada, em 2010, o ministro passou a considerar a ideia. Al�m da possibilidade de tocar um or�amento vultoso, ele teria emprego certo at� 2018, j� que a APO permanecer� operante at� dois anos ap�s a realiza��o dos jogos para responder a quaisquer questionamentos.

FRUSTRA��O

No entanto, o PT minou a ambi��o de Orlando. Respons�vel pela montagem do governo Dilma, o ent�o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ligou para Renato Rabelo para frustrar os planos do dirigente. “Est�o reclamando que o PCdoB vai ficar muito forte, administrando duas pastas. Os aliados n�o est�o gostando”, disse ele a Rabelo. Com a negativa do Planalto, o PCdoB defendeu a perman�ncia de Orlando no Esporte. Na semana passada, com o in�cio da crise no minist�rio, o titular da pasta teve refor�ado o apoio de seu partido refor�ado.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)