A crise envolvendo den�ncias de irregularidades no Minist�rio do Esporte ultrapassou a fronteira nacional e exp�s o governo brasileiro internacionalmente, afirmam cientistas pol�ticos ouvidos pela Ag�ncia Estado. Os analistas apontam que, diferentemente dos esc�ndalos que derrubaram outros quatro ministros, o PCdoB teve um tratamento diferenciado no Planalto por ser um aliado hist�rico do PT. Interesses da Fifa e de partidos da base aliada tamb�m colaboraram para inviabilizar o ministro, afirmam os analistas.
Ao comparar a situa��o de Orlando Silva com os ministros que j� ca�ram no governo Dilma Rousseff, os cientistas ressaltam que, ao contr�rio do PR e do PMDB, o PCdoB � uma legenda mais homog�nea, onde quem domina o minist�rio � a sigla e n�o o titular da pasta, e que os comunistas sempre foram fi�is escudeiros do governo petista. "Houve uma boa vontade com o PCdoB, que � mais que um mero aliado", disse Melo. O soci�logo do Insper v� a a��o de partidos da base aliada nos bastidores da derrocada de Orlando Silva da pasta que concentra todas as a��es (e recursos) para a Copa de 2014. "Os partidos s� est�o mais discretos nestas disputas porque a presidente j� demonstrou que n�o gosta da exposi��o p�blica", comentou.
Orlando Silva j� vinha sofrendo com o fogo cruzado no Planalto desde o in�cio do governo, mas sua sa�da s� foi concretizada ap�s o envolvimento do PCdoB no notici�rio negativo. Para Teixeira, enquanto as acusa��es s� pesavam contra Orlando, estava f�cil para o PCdoB sair em sua defesa, mas quando a imprensa passou a apontar os v�nculos do partido com as irregularidades, a situa��o tornou-se insustent�vel para os comunistas. "N�o foi s� o Orlando que foi exposto, foi o partido", afirmou. "Ele (Orlando) apostou na coes�o em torno dele e aguentou enquanto o partido deu suporte. Da� o partido foi convencido de que n�o dava para ele continuar", emendou.
Para o soci�logo do Insper, a tend�ncia � que a onda de den�ncias contra o PCdoB cessem com a troca do ministro do Esporte, possibilitando ao governo mexer o m�nimo poss�vel no Minist�rio. E, como j� aconteceu no governo Lula, Aldo Rebelo surge de novo como alternativa para n�o tirar a pasta das m�os do PCdoB e ainda agradar a presidente Dilma Rousseff, j� que o deputado federal n�o � aliado da CBF de Ricardo Teixeira. "Ele pode minimizar as perdas para o PCdoB", acredita Melo.