No Senado, Lupi admite ter usado avi�o de diretor de ONG mas se atrapalha na defesa

Atualizada �s 12h29

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou nesta quinta-feira em audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Sociais do Senado (CAS), que “tem o direito constitucional” de se defender das den�ncias de irregularidades na pasta. “Queria que as pessoas pudessem me ouvir do in�cio ao fim. Eu n�o tenho o que esconder. Est� tudo nas notas taquigr�ficas, � s� apurar”, destacou. � a segunda vez que o ministro comparece no Congresso Nacional para se explicar, por�m, desta vez ele foi convocado pela oposi��o e n�o volunt�rio. Naquela ocasi�o, o ministro desmentiu as acusa��es.

Em resposta �s acusa��o de que Lupi teria viajado ao Maranh�o, em 2009, em um avi�o providenciado por um diretor da ONG Pr�-Cerrado, Adair Meira - que possui contrato com o Trabalho - o ministro admitiu que voou no avi�o King Air. Lupi afirmou que no primeiro depoimento dado por ele no Congresso, estava “sob forte press�o de deputados da oposi��o” e, portanto, “n�o se lembrou naquele momento que viajara naquela aeronave”. Segundo ele, faz parte da correria da vida pol�tica entrar em carros, avi�es e helic�pteros, sem saber quem s�o os referidos propriet�rios. "Nunca neguei que conhe�o Adair Meira", pontuou.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) rebateu, dizendo que o ministro do Trabalho mentiu na semana passada durante audi�ncia na C�mara dos Deputados. "Todos ouviram Vossa Excel�ncia afirmar que n�o usou o avi�o. Agora diz que viajou. Vossa Excel�ncia subestima a intelig�ncia dos brasileiros. Sua perman�ncia no minist�rio compromete o governo de Dilma Rousseff", declarou o tucano.

Lupi sugeriu ainda que as falas ditas por ele na semana passada em rela��o a Adair Meira foram distorciadas pela imprensa. "Eu disse que n�o tenho nenhuma rela��o pessoal com Adair Meira. N�o sou amigo dele. J� devo t�-lo encontrado. Mas n�o disse que n�o o conhe�o. � diferente. Vejam as notas taquigr�ficas da C�mara", afirmou o ministro.

A senadora Marinor Brito (PSOL/PA), se exaltou ao criticar a s�rie de den�ncias que levaram � queda de seis ministro do governo Dilma. Segundo ela, nota-se um “interesse mesquinho das rela��es prom�scuas que o governo tem tido com os partidos”. “Tem gente morrendo de fome l� no meu estado, morrendo de mal�ria. Enquanto eu estiver aqui, eu n�o vou negligenciar a minha fun��o”, gritou ao microfone. Para ela, a diretora de qualifica��o da pasta, Ana Paula Silva, envolvida nas den�ncias no Trabalho, deveria ser exonerada e a presidente Dilma tamb�m deveria se retratar, caso confie em Lupi. “A Dilma acreditou no senhor? O senhor vai exonerar a Ana Paula?”, desafiou Marinor Brito.

Por outro lado, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), colega de partido do ministro, recomendou que Lupi evite se expor e que confie no trabalho da Controladoria Geral da Uni�o (CGU), que cuida das suspeitas que foram levantadas. Para ele, o PDT deveria recuar e n�o sugerir um novo nome para o cargo no Trabalho. De acordo com Buarque, a atua��o de Lupi no governo "cresceu ao longo dos anos" e, ainda segundo o senador, o 'amigo' pedetista n�o � acusado de multiplica��o il�cita de patrim�nio, como ocorreu na ocasi�o da queda do ex-ministro petista Antonio Palocci. "� sintom�tico que o PT n�o esteja nesta audi�ncia hoje", ponderou.

Entenda o caso

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, tornou-se a "bola da vez" na primeira quinzena de novembro deste ano, quando a Revista Veja publicou mat�ria sobre o envolvimento de funcion�rios e ex-servidores da pasta em um esquema de cobran�a de propinas queteria beneficiado o PDT.

Na �ltima semana, a mesma publica��o trouxe nova den�ncia, de que Lupi viajou em um jatinho particular que teria sido providenciado pelo empres�rio Adair Meira, dono de organiza��es n�o governamentais (ONGs) que t�m contratos com o Minist�rio do Trabalho.