Fraude no Minist�rio das Cidades encarece obra para a Copa de 2014

O Minist�rio das Cidades, com aval do ministro M�rio Negromonte, aprovou uma fraude para respaldar tecnicamente um acordo pol�tico que mudou o projeto de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 em Cuiab� (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, com autoriza��o do chefe de gabinete do ministro, C�ssio Peixoto, adulterou o parecer t�cnico que vetava a mudan�a do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implanta��o de uma linha r�pida de �nibus (BRT) pela constru��o de um Ve�culo Leve Sobre Trilhos (VLT).

Com a fraude, o Minist�rio das Cidades passou a respaldar a obra e seu custo subiu para R$ 1,2 bilh�o, R$ 700 milh�es a mais do que o projeto original. A mudan�a para o novo projeto foi publicada no dia 9 de novembro na nova Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo.

Para tanto, a equipe do ministro operou para derrubar o estudo interno de 16 p�ginas que alertava para os problemas de custo, dos prazos e da falta de estudos comparativos sobre as duas mobilidades de transporte.

O novo projeto de Cuiab� foi acertado pelo governo de Mato Grosso com o Pal�cio do Planalto. A estrat�gia para cumpri-lo foi inserir no processo documento a favor da proposta de R$ 1,2 bilh�o. Numa tentativa de esconder a manobra, o "parecer t�cnico" favor�vel ficou com o mesmo n�mero de p�ginas do parecer contr�rio e a mesma numera��o oficial (nota 123/2011), e foi inserido a partir da folha 139 do processo, a p�gina em que come�ava a primeira an�lise.

Resposta

Em nota enviada ontem � reportagem, o Minist�rio das Cidades n�o respondeu por que existem duas notas t�cnicas de n�mero 123/2011 sobre o projeto de Cuiab� para a Copa do Mundo. Afirmou apenas que h� um parecer com esse n�mero, assinado pela diretoria e ger�ncia de Mobilidade Urbana da pasta, "concordando com a defesa t�cnica do Estado e aprovando a mudan�a na matriz de responsabilidade apresentada pelo governo do Estado".

A nota, por�m, admitiu que houve diverg�ncia interna por parte dos t�cnicos. "Seguindo o rito processual da administra��o p�blica, os t�cnicos envolvidos no trabalho discutiram, analisaram e reavaliaram a pertin�ncia ou n�o do novo modelo de transporte proposto pelo governo do Estado, tendo manifestado opini�o divergente ao parecer final, opini�o essa que foi revisada e refutada tecnicamente no momento da conclus�o da an�lise".