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Estado de Minas

Amea�a de greve geral nas obras da Copa � parte de jogo eleitoral

Amea�a de greve geral nos est�dios em constru��o � vista pelo Planalto como mais um componente da disputa nas urnas no ano que vem. For�a Sindical lidera o movimento


postado em 14/11/2011 06:55 / atualizado em 14/11/2011 07:02

Governo teme que o movimento liderado pela Força Sindical cause atrasos nas obras dos estádios da Copa, incluindo a reforma do Mineirão (foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press. Brasil)
Governo teme que o movimento liderado pela For�a Sindical cause atrasos nas obras dos est�dios da Copa, incluindo a reforma do Mineir�o (foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press. Brasil)

Bras�lia – Os canteiros de obras dos 12 est�dios para a Copa do Mundo no Brasil em 2014 transformaram-se no centro de uma disputa pol�tica com desdobramentos nas elei��es municipais do pr�ximo ano. Pr�-candidato do PDT � Prefeitura de S�o Paulo em 2012, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP), amea�a parar os mais de 20 mil trabalhadores espalhados pelas capitais. A maior parte deles � ligada � For�a Sindical. Se der certo, Paulinho fortalece tamb�m outros candidatos apoiados pela entidade, j� que, � exce��o de Bras�lia, todas as cidades ter�o elei��es para prefeito no ano que vem. “J� avisamos ao secret�rio-geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, que se as coisas n�o mudarem vamos parar tudo”, disse Paulinho ao Estado de Minas.

Al�m da prefeitura paulistana, a demonstra��o de for�a de Paulinho serve para fustigar outro grande advers�rio: a Central �nica dos Trabalhadores (CUT). A maior central sindical do pa�s n�o comanda nenhuma obra nos est�dios, mas disputa palmo a palmo o n�meros de filiados com a For�a. No Planalto, os passos de Paulinho n�o s�o enxergados apenas como uma mera reinvidica��o trabalhista. “� muito c�modo voc� misturar mandato parlamentar com o comando de uma entidade sindical. Voc� pode fazer o que quiser”, criticou um aliado da presidente Dilma.

Apesar de, em tese, integrar um partido da base de sustenta��o do governo federal, Paulinho n�o se comporta propriamente como um aliado. Em diversas vota��es, como o reajuste do sal�rio m�nimo no in�cio do ano e a concess�o de aumento aos aposentados que ganham acima do menor vencimento garantido por lei no pa�s, ele agiu de forma contr�ria aos interesses do Planalto. Ele sabe que as �nicas obras que est�o com o cronograma em dia na Copa s�o os est�dios. Atrasar esses prazos faz com que ele se torne um ente obrigat�rio nas mesas de negocia��o de qualquer assunto.

Nova sede Os primeiros sinais da paralisa��o j� foram dados. A amea�a grevista � incentivada pela Confedera��o Internacional dos Trabalhadores da Constru��o e da Madeira (ICM), que comandou as manifesta��es que quase impediram a realiza��o da Copa do Mundo da �frica do Sul em 2010. Representantes da ICM e presidentes dos sindicatos dos trabalhadores das 12 cidades sedes v�o se reunir nos pr�ximos dias 17 e 18, no Hotel San Raphael, em S�o Paulo, para decidir a paralisa��o, prevista para o in�cio de 2012.

Dois fatores isolados, mas essenciais, ajudam a alimentar a amea�a de greve. As obras precisam estar prontas at� o fim do ano que vem para que o pa�s possa sediar a Copa das Confedera��es de 2013. Se isso n�o ocorrer, a entidade m�xima do futebol ter� o direito de escolher uma nova sede para o evento, inclusive o Mundial de 2014. Isso n�o deve ocorrer, mas o risco paira no ar. Outro elemento de press�o � o fato de serem obras destinadas ao mesmo evento – a Copa do Mundo –, apesar de realizadas em locais distintos. Sindicalistas e trabalhadores defendem que todos devem ter as mesmas condi��es salariais. “N�o temos como evitar isso. Os trabalhadores hoje t�m celular e internet, eles se comunicam e sabem a realidade de cada uma das obras em curso”, prosseguiu Paulinho.

Entre os cons�rcios respons�veis pela execu��o das obras, a preocupa��o � que um movimento grevista nacional aumente muito o poder dos sindicatos nas negocia��es. Para o vice-presidente executivo da Associa��o Brasileira de Infraestrutura e Ind�strias de Base (Abdib), Ralph Lima Terra, o acirramento do clima entre cons�rcios e oper�rios � o reflexo da cultura do pa�s. “No Brasil, n�o estamos acostumados a lidar com obras desse porte com prazo fixo para serem entregues”, diz Ralph.

Advogado especializado em atender empresas de engenharia, arquitetura e infraestrutura, F�bio Moura afirmou que uma greve geral por quest�es salariais � um absurdo. “Por mais que eles queiram alegar diferen�as salariais, � imposs�vel para as empresas pagarem os mesmos vencimentos aos trabalhadores de Salvador, S�o Paulo e Manaus, por exemplo, j� que isso est� ligado ao custo de vida de cada cidade”, declarou.


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