Bras�lia – A conselheira Mar�lia Muricy disse nesta sexta-feira n�o considerar que a presidenta Dilma Rousseff tenha desafiado a Comiss�o de �tica da Presid�ncia da Rep�blica, ao pedir esclarecimentos sobre os elementos que embasaram a recomenda��o do colegiado de demiss�o do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Mar�lia foi a relatora do processo contra o ministro na Comiss�o de �tica.
“N�o vejo como um desafio, absolutamente. Em primeiro lugar, a presidenta n�o est� subordinada � Comiss�o de �tica. Ao contr�rio, a Comiss�o de �tica � criada por um decreto presidencial, os membros s�o nomeados pela presidenta da Rep�blica, e a Comiss�o de �tica assessora a Presid�ncia”, ressaltou a conselheira. Em seu relat�rio, al�m de recomendar a exonera��o do ministro, Mar�lia defendeu a aplica��o de advert�ncia a Lupi. O colegiado aprovou, por unanimidade, o relat�rio.
Embora Dilma n�o tenha acatado a sugest�o da comiss�o, mantendo Lupi no cargo, a conselheira Mar�lia Muricy se disse convencida de que as puni��es recomendadas s�o as mais adequadas para o ministro. “Reafirmo, palavra por palavra, v�rgula por v�rgula, ponto e v�rgula por ponto e v�rgula."
Em reuni�o com a presidenta Dilma, ontem de manh�, Lupi disse que pedir� reconsidera��o da Comiss�o de �tica sobre o seu processo. Segundo Mar�lia, � um direito do ministro. "Ele tem todo direito de pedir reconsidera��o.”
O presidente da comiss�o, Sep�lveda Pertence, disse que n�o quer falar sobre o pedido de mais informa��es feito pela presidenta antes de conversar com ela. Ontem � noite, ap�s o pedido de Dilma, Pertence autorizou a divulga��o do relat�rio da conselheira Mar�lia Muricy, aprovado pela comiss�o. “N�o darei declara��es sobre o tema, antes de responder � presidenta da Rep�blica, o que pretendo fazer na segunda-feira”, disse Pertence, que participou hoje de um semin�rio sobre �tica e gest�o promovido pela comiss�o.
Sep�lveda foi ir�nico no discurso de encerramento do semin�rio, dizendo que a realiza��o de debates como esse vem “marcando, desde o in�cio da funda��o, essa comiss�o de mentirinha, como j� dizem uns". Depois ele explicou que se referia a uma fala do senador Pedro Simon (PMDB-RS). "� uma refer�ncia do car�ssimo amigo senador Pedro Simon, insatisfeito com alguma omiss�o", explicou.
Quanto a um poss�vel pedido de exonera��o a ser apresentado pelo ministro do Trabalho, Sep�lveda disse que aprovou as puni��es recomendadas completamente convencido da culpa de Lupi, mas ressaltou que a comiss�o n�o se negar� a apreciar um pedido dele. "Eu votei absolutamente convencido, mas � claro que um pedido de reconsidera��o � para ser examinado e estudado."