PMDB apela para o contracheque para sair do vermelho

O maior partido do Brasil est� no vermelho. E para evitar a quebradeira o PMDB de Minas Gerais vai come�ar a cobrar, no m�s que vem, a contribui��o partid�ria de todos os oito deputados estaduais, 1.068 vereadores e ocupantes de cargos comissionados no servi�o p�blico. Atualmente, apenas os sete deputados federais destinam 5% de seu sal�rio para o diret�rio nacional da legenda, o que representa um repasse mensal de R$ 1.336,15 – deste montante, uma parcela � repassada � dire��o estadual. Os integrantes da bancada na Assembleia Legislativa contribuem com R$ 300, valor que ser� reajustado para R$ 1.002,11.

A cobran�a de 5% do vencimento bruto dos parlamentares est� prevista no artigo 100 do Estatuto do PMDB, que determina ainda o desconto de 1% sobre o contracheque dos vereadores e 3% dos filiados que ocuparem cargos comissionados. Mas at� ent�o a regra n�o foi colocada em pr�tica em Minas Gerais. “Talvez porque n�o tenha sido negociado”, afirmou o presidente estadual do PMDB, o deputado federal Ant�nio Andrade, ao tentar explicar por que os mineiros n�o faziam o repasse. A legenda vai enviar comunicado aos seus filiados com mandato sobre as novas regras.

A dire��o do PMDB ainda n�o sabe quanto vai arrecadar com o desconto nos contracheques, mas com certeza o dinheiro vir� em boa hora. Depois de amargar a suspens�o do repasse de R$ 130 mil do Fundo Partid�rio durante seis meses no passado, o PMDB mineiro teve que brigar na Justi�a para evitar nova suspens�o neste ano, desta vez por quatro meses, o que conseguiu gra�as a uma liminar. O partido ainda corre o risco de ser penalizado com a perda de mais seis parcelas de R$ 130 mil. E para piorar mais, j� foi condenado a pagar uma multa de R$ 200 mil � Justi�a Eleitoral.

Tudo por causa de problemas na presta��o de contas de 2004, 2005 e 2006. Entre as irregularidades cometidas, o gasto com pessoal acima dos 30% previstos em lei – o que teria acontecido durante a gest�o do ex-deputado federal Saraiva Felipe. Atualmente a legisla��o � menos rigorosa e permite que um partido aplique at� 50% de sua receita com funcion�rios. Na presid�ncia da legenda h� pouco mais de dois anos, Ant�nio Andrade assegurou que a folha de pagamentos consome cerca de 40%, e ele tem feito de tudo para n�o gastar todo a receita.

“Precisamos fazer um caixa para o que pode vir pela frente”, argumentou Andrade. Apesar do aperto financeiro, o presidente da legenda disse que o principal preju�zo at� agora foi n�o ter dinheiro para realizar parte das viagens programadas pelo interior do estado. Mesmo assim, segundo balan�o de 2011 divulgado nessa segunda-feira durante reuni�o da dire��o do PMDB, foram realizados 22 encontros regionais que reuniram cerca de 15 mil pessoas entre lideran�as, filiados e simpatizantes. O documento apresentado nessa segunda-feira ainda disse que comiss�es especiais do partido estiveram presentes em cada munic�pio “se inteirando da realidade do partido no local”.