A exonera��o do secret�rio nacional de Futebol, Alcino Reis Rocha, publicada na �ltima segunda-feira no Di�rio Oficial, exp�e os atritos existentes na rela��o do atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com o seu partido, o PCdoB. Alcino pediu para deixar o cargo por achar que estava na “geladeira” desde a sa�da de Orlando Silva do comando da pasta. O Correio apurou que foi justamente essa proximidade do agora ex-secret�rio com a gest�o anterior que incomodava Aldo. E, a cada vez que o atual ministro decide mudar uma pe�a no �rg�o, os comunistas se inquietam e reclamam das altera��es.
Quando assumiu a pasta, em 31 de outubro passado, Aldo recebeu um recado expl�cito da presidente Dilma: teria liberdade para montar a equipe de trabalho, desde que buscasse preencher os cargos com nomes competentes. Incomodava ao Planalto o “clima jovial” do Minist�rio do Esporte durante a gest�o de Orlando Silva. “Aquilo l� parecia uma reuni�o da Uni�o da Juventude Socialista”, lembra um assessor de Dilma — Orlando e v�rios integrantes do PCdoB que atuavam ou ainda trabalham no minist�rio come�aram a vida pol�tica na Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE).
Aldo comprou a briga e foi buscar no mercado nomes � altura do desafio que topara assumir. As primeiras indica��es surpreenderam positivamente Dilma. Aldo chamou para a Secretaria Nacional do Esporte o ex-almirante e diretor da empresa Bunge, Afonso Barbosa. E para a secretaria executiva, convidou a coordenadora de Projetos Especiais do Banco Mundial, Paula Pini. Ela, contudo, desistiu de assumir o cargo, alegando “quest�es pessoais”. No minist�rio, existem duas hip�teses para essa recusa: o receio de envolver-se em uma pasta que atravessa um momento de instabilidade; ou um acordo financeiro menos vantajoso com o Banco Mundial que justificasse a migra��o para um cargo com vencimentos mais modestos.
O ministro do Esporte tentou, ent�o, compensar a recusa com um nome t�cnico respeitado, mas com vida partid�ria ligada ao PCdoB. Convidou Luis Fernandes, que foi secret�rio executivo do Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia entre 2004 e 2006, durante a gest�o de S�rgio Rezende e, depois, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), de 2007 ao ano passado.
Partid�rio
Aliados do ministro afirmam que os movimentos de Aldo n�o representam um rompimento com o PCdoB. Alegam que ele � um quadro hist�rico, fiel ao partido, mas que, em diversos momentos, tem uma trajet�ria pol�tica aut�noma, diferente de seu antecessor, Orlando Silva, cujos passos e a��es eram mais “organicamente” ligados ao partido. Aldo ainda apresenta uma vis�o mais administrativa e menos partid�ria do minist�rio, o que acaba provocando ci�mes nos correligion�rios.
Por meio da assessoria, o PCdoB afirmou ao Correio que em nenhum momento a legenda cobrou a nomea��o ou a manuten��o de nomes espec�ficos, e que o atual ministro do Esporte “tem total autonomia para montar a equipe ao seu feitio, mesma liberdade que teve Orlando quando escolheu seus auxiliares mais pr�ximos”.