A participa��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva nas articula��es pol�ticas para a realiza��o da reforma ministerial, programada para o in�cio de fevereiro, pode evitar que a presidente Dilma Rousseff entre em atrito com os partidos da base aliada no Congresso Nacional. A avalia��o � do cientista pol�tico e professor do Departamento de Gest�o P�blica da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Marco Antonio Carvalho Teixeira. Ele considerou bem-vinda ao governo federal a atua��o do ex-presidente, em um cen�rio cuja margem de manobra da presidente ainda � curta.
Na semana passada, Dilma reuniu-se com Lula, em S�o Paulo, para ouvir a opini�o dele sobre as mudan�as que pretende promover na Esplanada dos Minist�rios. No Hospital S�rio-Liban�s, onde � submetido a sess�es de radioterapia, no combate a um c�ncer de laringe, o ex-presidente tem recebido a visita nas �ltimas semanas de ministros, alguns deles que devem estar envolvidos na reforma ministerial, como o ministro da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o, Aloizio Mercadante. O cientista pol�tico Marco Antonio Teixeira n�o acredita que o ex-presidente deve indicar nomes, mas ajudar na constru��o de perfis para os minist�rios.
Teixeira avaliou ainda que a reforma ministerial permitir� que a presidente componha uma equipe ajustada ao seu perfil gerencial. Ele ressaltou, contudo, que as mudan�as ser�o feitas de maneira que n�o prejudiquem a governabilidade. "Ela vai at� o limite de que suas escolhas n�o afetem as rela��es com a base aliada e n�o coloquem em risco os interesses do governo federal dentro do Congresso Nacional". Na reforma ministerial, segundo o analista pol�tico, a presidente dever� direcionar as suas escolhas para perfis mais t�cnicos, mas que tenham, na medida do poss�vel, alguma vincula��o pol�tica dentro de suas respectivas legendas.
O analista pol�tico considerou tamb�m pouco prov�vel que as mudan�as na Esplanada dos Minist�rios sirvam para ampliar espa�o para aliados como o PMDB e o PSB, insatisfeitos com a sua atual participa��o no governo federal. "O que pode haver � uma reacomoda��o de for�as, um remanejamento de pastas sem que haja perdas para um ou para outro". Na avalia��o dele, algumas siglas que podem sair menores da reforma ministerial s�o o PDT e o PR. Os minist�rios do Trabalho e dos Transportes, � frente dos quais est�o as duas siglas, foram alvo de esc�ndalos durante o primeiro ano do governo Dilma Rousseff.