Bras�lia – Os ministros da presidente Dilma Rousseff chegam na tarde desta segunda-feira ao Pal�cio do Planalto, para a primeira reuni�o ministerial do ano, com uma dura cobran�a j� feita por ela: por conhecerem h� um ano a l�gica do governo e da mandat�ria, os auxiliares precisam apresentar as metas de suas pastas, os prazos para o cumprimento de cada programa e as medidas para conten��o de gastos, presta��o de contas e acompanhamento dos resultados. Foi esse o recado de Dilma aos ministros que participaram das 10 reuni�es setoriais realizadas desde quinta-feira – a �ltima delas avan�ou pela noite de ontem, no Pal�cio da Alvorada, resid�ncia oficial da presidente.
O grande encontro de hoje, �s 17h, servir� para Dilma cobrar de seus auxiliares de confian�a metas e prazos para o plano Brasil sem mis�ria, para as obras de infraestrutura previstas no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) e para o Minha casa, minha vida, programas que n�o deslancharam no primeiro ano de governo. Outro assunto da primeira reuni�o ministerial do ano, segundo informa��o de auxiliares que participaram de alguns dos encontros setoriais, ser� o corte de R$ 60 bilh�es a R$ 70 bilh�es no Or�amento da Uni�o de 2012.
Dilma manifestou preocupa��o com o travamento de licen�as ambientais para grandes obras de infraestrutura e, ao mesmo tempo em que faz cobran�as por mais agilidade nas autoriza��es, tenta dar visibilidade ao principal evento do ano na �rea de meio ambiente. A realiza��o da Rio+20 no Rio de Janeiro, evento da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) que ocorre entre 20 e 22 de junho, foi discutida ontem no Pal�cio da Alvorada. O governo teme um fiasco do encontro internacional, com baixa presen�a de chefes de Estado. A reuni�o setorial de ontem serviu para tra�ar estrat�gias para a Rio+20 e para dois grandes eventos esportivos no Brasil, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimp�adas de 2016.
Treze ministros estiveram ontem no Pal�cio da Alvorada, entre eles a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o ministro de Rela��es Exteriores, Antonio Patriota, respons�veis diretos pela Rio+20. Patriota j� havia estado no Alvorada no s�bado para as discuss�es sobre a crise econ�mica internacional. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente da Autoridade P�blica Ol�mpica (APO), M�rcio Fortes, tamb�m se reuniram ontem com Dilma. Metas e prazos para a Copa do Mundo e as Olimp�adas ser�o cobrados hoje na reuni�o ministerial.
A reuni�o setorial de ontem chegou a ser desmarcada pelo Planalto no s�bado. Os ministros, por�m, n�o tiveram sossego no domingo. Dilma n�o s� confirmou a realiza��o do encontro como mobilizou a maior quantidade de ministros at� agora, entre as nove reuni�es setoriais realizadas at� agora. Eles come�aram a chegar �s 15h e s� deixaram o Pal�cio da Alvorada, sem falar com a imprensa, �s 20h40.
Educa��o Todos os ministros convocados para a reuni�o das 17 horas de hoje foram convidados tamb�m para estar presentes, duas horas antes, no evento organizado em prol do ministro da Educa��o, Fernando Haddad, pr�-candidato � Prefeitura de S�o Paulo. O evento vai comemorar – e turbinar, com isso, o nome de Haddad – a concess�o de 1 milh�o de bolsas a estudantes pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). O an�ncio ser� feito pelo ministro, em seu �ltimo ato oficial.
Mem�ria
Corte dos sup�rfluos
A primeira reuni�o ministerial do governo da presidente Dilma Rousseff ocorreu em 14 de janeiro do ano passado, uma sexta-feira. J� naquela ocasi�o, a t�nica do encontro era o corte de gastos considerados sup�rfluos e o aumento dos investimentos em �reas tidas como essenciais. A orienta��o da presidente a seus auxiliares foi "falar pouco e agir muito". O governo se via pressionado para aumentar o sal�rio m�nimo. Naquela ocasi�o, o n�cleo duro era composto pela presidente Dilma, pelo vice-presidente Michel Temer e pelo ent�o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, demitido do cargo cinco meses depois. A partir da reuni�o ministerial, a Esplanada ficou dividida em quatro setores b�sicos: desenvolvimento econ�mico, coordenado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega; erradica��o da mis�ria, a cargo da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello; infraestrutura, sob a responsabilidade da ministra do Planejamento, Miriam Belchior; e direito e cidadania, n�cleo coordenado pelo secret�rio-geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho.