A presidente Dilma Rousseff quer resolver a crise do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) promovendo uma interven��o que segue o mesmo receitu�rio aplicado em casos anteriores de irregularidades apontadas pela Controladoria-Geral da Uni�o (CGU).
Este � o produto concreto da troca de comando na diretoria Administrativa e Financeira do Departamento, em que o economista Albert Gradvohl perdeu a cadeira para o tamb�m economista Vitor Souza Le�o, profissional de carreira da CGU. A exonera��o foi publicada ontem no Di�rio Oficial da Uni�o.
A interven��o foi negociada com o l�der do PMDB na C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN), na tentativa de poupar o apadrinhado do peemedebista, Elias Fernandes, na diretoria-geral do Dnocs.
Quando sugeriu as demiss�es no Dnocs, ainda em dezembro, o ministro da Integra��o Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), incluiu o diretor do Dnocs na lista dos demitidos e o Pal�cio do Planalto n�o desistiu de tir�-lo.
A diferen�a agora � que, em tempos de den�ncias de irregularidades contra o pr�prio ministro, comprar uma briga pol�tica com o l�der do PMDB � uma opera��o de alt�ssimo risco para Bezerra.
Foi precisamente a preocupa��o em compor com o PMDB que levou o ministro Bezerra a recorrer � intermedia��o do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, na semana passada.
Interven��o
A pedido do ministro, Temer marcou um encontro com Henrique Alves em seu gabinete, na quinta-feira. Foi quando Bezerra e Alves acertaram que apenas o diretor administrativo financeiro seria demitido, poupando o diretor-geral, com uma condi��o.
O pr�prio Elias Fernandes deveria pedir ao ministro que enviasse as den�ncias e as explica��es dadas pelo Dnocs para exame do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU).
O destino de Elias Fernandes ser� definido pelo TCU. Caso o tribunal aponte irregularidades nas presta��es de contas do diretor-geral, ficou acordado que ele mesmo dever� tomar a iniciativa de desocupar a cadeira e facilitar a vida do Pal�cio do Planalto, sem crises com o PMDB.
Cear�
Mas a hist�ria n�o terminou a�. Tamb�m complicam a vida de Fernandes os protestos do PMDB cearense, que n�o se conforma com a degola do diretor Gradvohl, como se ele fosse o �nico respons�vel pelas irregularidades apontadas no �rg�o.
Empenhado na defesa p�blica de Gradvohl, o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE) diz que a bancada do Cear� vai reagir.
“Vamos procurar a ministra Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais) e o ministro Fernando Bezerra para saber o porqu� dessa viol�ncia contra esse rapaz”, antecipa. Segundo o peemedebista cearense, Albert Gradvohl � “um quadro t�cnico, n�o est� no Dnocs para fazer lamban�a nem para ser responsabilizado por irregularidades encontradas em outra diretoria”.