Bras�lia – A ang�stia de milhares de haitianos que migram para o Brasil ser� um dos principais temas da conversa da presidenta Dilma Rousseff com o presidente do Haiti, Michel Martelly, nesta quarta-feira, em Porto Pr�ncipe. Para o governo haitiano, o assunto � considerado de relev�ncia m�xima. Emocionado, o embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Jean-Pierre, disse � Ag�ncia Brasil que considera uma vit�ria a decis�o brasileira de conceder 1.200 vistos a imigrantes haitianos, sem exig�ncia de v�nculo empregat�cio.
Nos �ltimos meses, milhares de haitianos entraram no Brasil para fugir das dificuldades no pa�s – o mais pobre das Am�ricas, registrando elevados �ndices de mortalidade infantil, criminalidade e fome. Os imigrantes entram, em sua maioria, por Tabatinga, no Amazonas, e Brasileia, no Acre. Mas tamb�m ingressam no pa�s por Rond�nia.
Pela decis�o do governo brasileiro, cada visto permitir� ao cidad�o haitiano trazer a mulher, o marido ou companheiro, o pai e a m�e, al�m dos filhos com menos de 24 anos - desde que sejam solteiros, estudantes e dependentes financeiramente. O estrangeiro que entra no Brasil sem visto corre o risco de ser deportado.
O embaixador disse, por�m, que est� preocupado com o futuro dos haitianos que chegam ao Brasil. Segundo ele, em m�dia cada imigrante gasta de US$ 3 mil a US$ 4 mil, dinheiro que ele “levar� toda uma vida” para pagar. De acordo com o diplomata, a maioria consegue fazer a viagem do Haiti para o Brasil com a ajuda de “coiotes” - pessoas que atravessam os imigrantes ilegalmente pelas fronteiras, cobrando por isso.
“Esses imigrantes v�o receber quanto [de sal�rio] no Brasil? [Essas pessoas] v�o receber sal�rios, ter�o muitas dificuldades. Mesmo assim resolvem enfrentar todas as dificuldades”, disse o embaixador, que foi ao Acre e ao Amazonas para conversar com os imigrantes. “� imposs�vel se colocar no lugar dessas pessoas. S� sabe o que sente e o drama de um imigrante outro igual a ele.”