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Estado de Minas ELEI��ES MUNICIPAIS

Candidatos �s prefeituras turbinam representa��o de seus partidos na C�mara

Com o excesso de exposi��o, � mais f�cil para o eleitor votar na legenda do que se lembrar do nome do vereador


postado em 05/02/2012 07:40 / atualizado em 05/02/2012 07:50

"Queremos ter cabe�a de chapa no maior n�mero poss�vel de cidades. Em BH s� h� uma hip�tese de n�o termos um nome: se o PT lan�ar candidato e quiser o PMDB junto", diz Ant�nio Andrade, presidente do PMDB de Minas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
As candidaturas majorit�rias pelas cidades brasileiras n�o se destinam apenas a ganhar prefeituras. As �ltimas quatro elei��es nas principais capitais do pa�s – S�o Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro – indicam que os partidos que lan�am nomes para os governos locais turbinam o seu desempenho nas elei��es proporcionais. Diante das urnas – sem se lembrar ou sem ter prefer�ncia por um candidato a vereador – o eleitor se recorda com mais facilidade do partido do candidato a prefeito de sua prefer�ncia. � assim que o voto no partido – o chamado voto de legenda – � alavancado pela superexposi��o promovida pelas campanhas de prefeitos.

� de olho no voto de legenda que parte do PT de Belo Horizonte que hoje apoia a reelei��o de Marcio Lacerda (PSB) defende uma proposta in�dita na hist�ria do partido. “Queremos a coliga��o proporcional com os socialistas”, afirma o deputado estadual Paulo Lamac (PT).

A evolu��o do desempenho do voto de legenda nas �ltimas elei��es esteve sempre atrelada �s candidaturas majorit�rias. Se o PT e o PSB se coligarem para a C�mara Municipal de Belo Horizonte, o primeiro se beneficiar� dos votos dados ao PSB que a exposi��o da candidatura Lacerda propiciar�. Em sua hist�ria na cidade, era o PT sempre a legenda cortejada com a qual, em troca do apoio � sua chapa majorit�ria, propunha-se a coliga��o proporcional. “Acho razo�vel analisar a possibilidade dessa composi��o no caminho do entendimento. � parte do jogo do ganha e perde”, afirma o presidente estadual do PSB, Walfrido Mares Guia.

O PSDB de Belo Horizonte tamb�m est� preocupado com a sua chapa de candidatos a vereador. N�o pretende pleitear a coliga��o proporcional com o PSB, como far� o PT, at� porque seria mais um elemento perturbador da pol�mica alian�a. Mas o partido tratar� de obter compensa��es. “Queremos a vincula��o com o material publicit�rio, al�m de prest�gio e a��o pol�tica nos bairros em que o prefeito estiver em campanha”, observa Marcus Pestana, presidente estadual do PSDB.

Idas e vindas

O volume de votos de legenda arrebanhados com candidatos fortes a prefeito na hist�ria das elei��es recentes � contundente. Em 2004, com a candidatura de Fernando Pimentel (PT) � Prefeitura de Belo Horizonte, o PT saltou de 30.432 votos de legenda computados no pleito de 2000 para 71.307, o suficiente para conquistar com folga duas cadeiras na C�mara Municipal, uma vez que o quociente eleitoral naquela elei��o de vereador foi 31.229 votos. J� em 2008, sem cabe�a de chapa, o PT minguou para 20.256 votos de legenda, o seu mais baixo �ndice nos �ltimos 20 anos na capital mineira.

Tamb�m para os socialistas, a candidatura C�lio de Castro em 2000 puxou 56.693 votos de legenda. Em 2004, sem candidato a prefeito, o PSB caiu para 18.952 votos de legenda. Com Marcio Lacerda em 2008, pulou para 49.536 votos dados ao partido. Peemedebistas sa�ram de 1.807 votos de legenda em 2004, quando n�o tiveram candidato a prefeito, para 36.946 em 2008, elei��o em que Leonardo Quint�o concorreu � prefeitura.

“O candidato majorit�rio puxa a legenda. Na cabe�a do eleitor aquele partido � mais lembrado por causa da maior exposi��o durante a campanha eleitoral. O candidato a prefeito tem efeito de arrasto”, avalia o cientista pol�tico e professor do Departamento de Ci�ncia Pol�tica da UFMG Carlos Ranulfo.

N�o � toa, sempre que os interesses locais permitem, os partidos pol�ticos se programam para lan�ar candidatos majorit�rios. “Queremos ter cabe�a de chapa no maior n�mero poss�vel de cidades”, diz o presidente estadual do PMDB, Ant�nio Andrade. “Em BH s� h� uma hip�tese de o PMDB n�o ter um nome: se o PT lan�ar candidato e quiser o PMDB junto”, acrescenta Andrade.

Pol�ticas p�blicas influenciam

Os resultados eleitorais v�o al�m da constata��o de que a maior exposi��o �s campanhas majorit�rias alavanca o voto partid�rio. Eles indicam tamb�m que, � medida que o candidato a prefeito se torna mais conhecido do eleitorado e � associado a pol�ticas p�blicas e a��es espec�ficas, cresce o potencial das campanhas em reavivar a mem�ria do eleitor para a prefer�ncia por partidos pol�ticos ligados a esse nome.

Em BH, em S�o Paulo e no Rio o desempenho do voto de legendas indica diferen�as marcantes de uma elei��o para outra em rela��o a ao mesmo candidato. Foi assim com C�lio de Castro, que em 1996, na condi��o de vice-prefeito de Patrus Ananias (PT), que concorria pelo PSB � Prefeitura de Belo Horizonte, s� puxou 13.373 votos para a sua legenda. Nas elei��es seguintes, concorrendo � reelei��o, arrebanhou 56.693 votos de legenda para o PSB.

O mesmo pode se dizer em rela��o aos tucanos Jos� Serra e Geraldo Alckmin. Depois de se tornarem mais conhecidos e identificados junto a certos segmentos do eleitorado paulista, eles puxaram muito mais votos de legenda para o PSDB.

Eleita pelo PT em 1988, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) arrancou 453.677 votos de legenda. Ela voltou a concorrer quatro anos depois, s� que pelo PSB. Ela carreou para o partido, que tinha baixa inser��o social na cidade e baixo �ndice de identidade com o eleitor, 113.145 votos de legenda, volume que caiu para 38.212 em 2004, quando disputou novamente. O que mudou entre 2000 e 2004? Em 2004 o desempenho de Erundina � frente do governo municipal ficou mais longe no tempo e na mem�ria imediata do eleitor.

Tamb�m no Rio, a candidatura de Eduardo Paes (PMDB), um ex-tucano, em 2008, puxou 108.980 votos de legenda para o seu novo partido. O PMDB vinha de uma s�rie hist�rica de p�fio desempenho no voto de legenda. Sem candidatura majorit�ria pr�pria, em 2000 o PMDB do Rio teve apenas 24.421 votos de legenda e, em 2004, 14.696. Nos dois pleitos, volume muito inferior �quele obtido em 1996, quando Jos� Aristodemo Pinotti disputou a prefeitura e arrebanhou 60.785 votos para o partido.


Voto de legenda

O que �: Votos dados aos partidos e n�o aos candidatos que concorrem �s elei��es para vereador, para deputado estadual e para deputado federal.

Os efeitos do voto de legenda

As elei��es para vereadores, deputados estaduais e deputados federais s�o chamadas elei��es proporcionais. A distribui��o das cadeiras nas casas legislativas se d� de acordo com o total de votos v�lidos obtidos pelos partidos – votos de legenda – e pelos candidatos das chapas apresentadas – os chamados votos nominais.

Quanto mais votos v�lidos – a soma dos votos nominais e de legenda – um partido obtiver nas elei��es, mais vereadores ele eleger�. O partido que conseguir alavancar muitos votos de legenda ter� mais chances de eleger mais vereadores.

A distribui��o das cadeiras das c�maras municipais entre os partidos que concorrem se d� a partir do quociente eleitoral. O quociente eleitoral � o patamar m�nimo necess�rio para que um partido eleja um vereador. Ele � o resultado da divis�o dos votos v�lidos e de legendas obtidos por todos os candidatos e partidos pelo n�mero de cadeiras em disputa. Nas elei��es de 2008 em Belo Horizonte, o quociente eleitoral foi 30.850. Partidos que n�o alcan�aram esse total de votos ficaram sem representa��o, ou seja, n�o elegeram nenhum candidato.


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