As mudan�as que a presidente Dilma Rousseff iniciou no segundo escal�o do governo federal continuam a gerar atritos na base aliada. Depois do PT e do PMDB reclamarem da demiss�o de apadrinhados na m�quina federal, agora � a vez do PTB protestar contra a decis�o do Planalto, antecipada pelo Correio, de exonerar Evangevaldo Santos da presid�ncia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O PTB j� havia reclamado que o partido estava pagando uma conta que n�o era sua — a nomea��o de Luiz Felipe Denucci, exonerado sob a acusa��o de corrup��o, da presid�ncia da Casa da Moeda.
O l�der do PTB na C�mara, Jovair Arantes (GO), admitiu que Evangevaldo, seu indicado, vai deixar o governo. “Ele ia sair no meio do ano para trabalhar comigo na campanha. Teremos que antecipar essa ades�o”, afirmou. Aos seus pares, contudo, o petebista tem sido mais duro nas palavras contra o governo federal. Ele alega que o presidente da Conab foi citado em irregularidades envolvendo o ministro anterior da Agricultura, Wagner Rossi, e o ex-diretor financeiro da autarquia Oscar Juc� Neto, irm�o do l�der do governo no Senado, Romero Juc� (PMDB-RR).
O PTB tamb�m insiste que n�o tem qualquer liga��o com a nomea��o de Luiz Felipe Denucci. Segundo interlocutores do partido, a responsabilidade pela nomea��o deve ser atribu�da ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Parlamentares da legenda suspeitam que a insist�ncia do PTB em sustentar esse argumento, colocando o titular da Fazenda na al�a de mira do Congresso, tamb�m ajudou a fragilizar Evangevaldo. “Vamos parar de discutir essa quest�o de cargos para n�o associarem o PTB ao fisiologismo”, rebateu Jovair.
Em meio � briga por cargos e mudan�as no segundo escal�o, ontem o Di�rio Oficial da Uni�o trouxe mais uma leva de nomea��es e exonera��es em diversos minist�rios, todas assinadas pela chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. As mudan�as aconteceram na Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres — que recentemente trocou de comando com a nomea��o de Eleonora Menecucci como ministra no lugar de Iriny Lopes —, na Secretaria de Promo��o da Igualdade Racial, na Advocacia-Geral da Uni�o e nos minist�rios da Agricultura, da Cultura, da Justi�a, da Sa�de, do Desenvolvimento Social e Combate � Fome, do Meio Ambiente e dos Transportes.
Emendas
Al�m das modifica��es no segundo escal�o do governo, os aliados tamb�m est�o incomodados com as dificuldades em conseguir as emendas parlamentares apresentadas ao Or�amento. Essa insatisfa��o foi levada ontem � ministra de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti. Em meio � hostilidade do clima no Congresso, a ministra apresentou, em reuni�o com l�deres governistas, um relat�rio com os nomes dos parlamentares ainda sem atendimento de emendas desde o ano passado. “Foi um gesto muito bem recebido, demonstrou que ela ao menos tem conhecimento dos nossos problemas”, disse Jovair Arantes (GO). De acordo com o l�der, as libera��es come�ar�o pelos restos a pagar de 2011, seguidas das emendas que n�o foram empenhadas no ano passado. “S� a� come�ar� o fluxo de libera��o das emendas parlamentares inclu�das no Or�amento deste ano”, disse Arantes.
Metodologia
A presidente Dilma Rousseff estabeleceu, no in�cio do ano, uma nova metodologia para o pagamento ou o cancelamento dos restos a pagar. Pela regra, as emendas apresentadas ao Or�amento dever�o ser empenhadas at� 18 meses ap�s a san��o da pe�a or�ament�ria. Caso contr�rio, ser�o automaticamente canceladas pelo governo federal. A diretriz tamb�m determina que os minist�rios ter�o de fazer uma triagem mais apurada para avaliar quais as emendas priorit�rias antes de liberar os recursos solicitados.