A ministra de Eleonora Menicucci toma posse nesta sexta na Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres debaixo de ataques da bancada evang�lica no Congresso, quase toda abrigada na base aliada. As posi��es p�blicas da ministra a favor do aborto junto com declara��es do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, no F�rum Social, no final do m�s passado, acenderam a revolta nos parlamentares evang�licos. Na tentativa de acalmar a bancada, uma nota do ministro foi lida no plen�rio da C�mara. Al�m disso, Carvalho, cat�lico militante, prop�s uma reuni�o com os parlamentares evang�licos.
Professora e soci�loga, Eleonora Menicucci declarou em entrevistas, assim que foi escolhida para o cargo pela presidente Dilma Rousseff, que considera a discuss�o do aborto no Brasil como uma quest�o de sa�de p�blica, como o crack e outras drogas, a dengue o HIV e todas as doen�as infectocontagiosas. Para ela, aborto n�o � uma quest�o ideol�gica.
H� dois dias, os evang�licos est�o em p� de guerra com o ministro Gilberto Carvalho. "Esse governo fala tanto em discrimina��o, e vem agora um ministro tomar uma posi��o de discrimina��o em rela��o aos evang�licos, chamando-os de retr�grados e dizendo que a lei do aborto n�o � aprovada por causa dos evang�licos. N�o � a lei do aborto, � a lei do assassinato de crian�as indefesas", protestou o l�der do PR, Lincoln Portela (MG). O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) tamb�m cobrou explica��es do ministro e o acusou de discriminar os evang�licos.
Em nota lida pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), evang�lica o ministro afirma que suas declara��es foram, divulgadas na internet de forma "distorcida e equivocada" e acabaram por motivar cr�ticas agressivas a ele. "De maneira alguma ataquei os companheiros evang�licos. Quem conhece a minha trajet�ria sabe do carinho que eu tenho, do reconhecimento que eu tenho ao trabalho das Igrejas Evang�licas no pa�s. O que eu fiz l� foi uma constata��o pol�tica que, de fato, quem tem presen�a na periferia do Brasil, quem fala para as classes sobretudo C, D e E s�o as Igrejas Evang�licas e, portanto, essa presen�a tem que ser reconhecida, � real e efetiva", argumentou o ministro.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) atuou como bombeiro. Ele procurou evang�licos para explicar a posi��o do ministro e disse que houve um mal-entendido.