A base aliada do governo no Senado vai usar a sua larga vantagem num�rica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) para derrubar nesta ter�a-feira os requerimentos de convite do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci. A orienta��o repassada pelos l�deres governistas aos integrantes da comiss�o � adiar a vinda de Mantega pelo menos at� mar�o, quando o ministro tradicionalmente comparece � comiss�o para fazer o balan�o da economia do semestre.
"Esta mat�ria est� superada", afirmou ontem o l�der do governo no Congresso, senador Jos� Pimentel (PT-CE), um dos membros da CAE.
Denucci foi demitido no final de janeiro sob suspeita de ter recebido propina de fornecedores da Casa da Moeda. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo denunciou que o presidente da institui��o tinha aberto offshores em para�sos fiscais e movimentado R$ 25 milh�es.
No �ltimo domingo, o jornal Estado de S. Paulo apontou que o arco de apoios pol�ticos que sustentavam Denucci no cargo ia al�m do PTB: o ex-presidente Lula, o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), o ex-ministro Delfim Netto e o ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Jos� M�cio Monteiro.
Se o convite a Mantega for � vota��o na CAE, os partidos da base aliada contam com cerca de 80% dos votos entre os titulares: 21 dos 27 votos. Isso numa hip�tese de comiss�o lotada, o que � pouco prov�vel para uma reuni�o �s v�speras do carnaval. Nessa conta, por�m, n�o est�o computados os parlamentares ditos independentes, como os peemedebistas Roberto Requi�o (PR), Luiz Henrique (SC) e Eduardo Braga (AM). Ainda assim, dificilmente a oposi��o conseguir� oito votos - quase o dobro dos cinco que disp�e - para virar o jogo.
"L�gico que o Mantega deveria vir se explicar", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT). "Todo individuo tem que prestar esclarecimentos", completou. Taques, por�m, disse que ir� � comiss�o para defender sua posi��o, mesmo sem ser integrante dela. Ele admite que dificilmente os convites ser�o aprovados hoje.