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Estado de Minas

Gasto de vereadores depende do tamanho da base


postado em 20/02/2012 07:21

Os custos variam. Vereadores que t�m base concentrada em nichos do tipo categorias profissionais e igrejas e mant�m a a��o pol�tica do mandato voltada para a clientela tendem a gastar menos. Mas a maior parte tem o eleitorado definido a partir de territ�rios – regi�es da cidade – em que a competi��o eleitoral exige investimentos de campanha maiores para manter “acesa a chama” da mem�ria do eleitor. Gastos maiores ainda s�o necess�rios quando o vereador tem a vota��o difusa pela cidade. Quanto maior a �rea a percorrer, mais pessoal e maior volume de material � requerido.

Bem antes de o calend�rio eleitoral permitir, as campanhas j� est�o nas ruas. Mas elas s� se formalizam a partir de julho, quando os vereadores encaminham por mala direta a chamada “carta de apresenta��o”. Cada um faz em m�dia 100 mil postagens, em que se apresentam, discorrem sobre a sua vida pregressa, os “feitos” e propostas apresentadas ao longo do mandato que se encerra. Ao final do texto, o inevit�vel pedido: “Espero poder continuar contando com o seu voto”. Ao lado das cartas, a ofensiva � lan�ada nas ruas: entre 1 milh�o e 2 milh�es de santinhos exibem a foto do candidato, o seu n�mero, os apoios pol�ticos e, no verso, a pequena biografia.

Banners, minidoors, carros de som com os jingles do tipo “esse faz”, equipe de campo para o corpo a corpo em visitas dirigidas, cartazes, adesivos, equipe para conceber e alimentar a campanha virtual nas redes sociais: a lista � grande. Quanto mais crescem os itens, mais caras as campanhas ficam.

O temor da fiscaliza��o e consequente perda do mandato eletivo em caso de fraudes e de caixa 2 tem levado, a cada novo pleito, a maior precis�o na apresenta��o das contas de campanha. Em 2004 os vereadores eleitos declararam ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) um gasto m�dio de R$ 42.014. Quatro anos depois, as presta��es de conta enviadas � Justi�a Eleitoral informaram a despesa m�dia de R$ 102.290.

Entretanto, embora mais acuradas em rela��o a 2004, as declara��es de gastos encaminhadas � Justi�a Eleitoral em 2008 ainda n�o refletiram as reais despesas. O vereador eleito que informou o menor gasto foi Paulinho Motorista (PSL): R$ 8.097. Com esses recursos, toda a campanha de um candidato se resumiria a aproximadamente 500 mil santinhos. E nada mais.

Caixa de campanha

O choro � livre. Mais do que nunca, os vereadores se queixam de dificuldades para fazer caixa de campanha. Dos 41, apenas o vereador Elias Murad (PSDB), por problemas de sa�de, n�o dever� se candidatar. “Dinheiro est� igual perna de cobra: ningu�m v�, ningu�m tem. Exce��o �s campanhas competitivas para prefeito, as de vereador passam os pires. Financiadores de campanha, depois do Mensal�o, n�o existem mais”, reclama Wagner Messias, o Preto (DEM). Segundo ele, os empres�rios n�o recebem mais vereadores. “J� disputei oito elei��es e nunca vi uma situa��o t�o ruim. Para captar recurso est� muito dif�cil. E tem vereador que n�o guardou nada, n�o reservou nada, nem sabe o que vai fazer”, acrescenta. Assim como Preto, o vereador Ronaldo Gontijo (PPS) percebemaior resist�ncia do empresariado. “Depois desta nova maneira de prestar conta exigida pela Justi�a eleitoral, a coisa vai ficando mais dif�cil. Tem empres�rio que n�o quer se expor apoiando um candidato. Prefere investir no partido”, avalia ele, atribuindo �s legendas a responsabilidade pelo financiamento dos candidatos.

Os mais previdentes e antigos de Casa iniciam o caixa da campanha no primeiro dia do mandato. Tem de tudo. Desde aquele que, segundo den�ncias, acumula recursos retendo parte dos sal�rios dos servidores comissionados, at� os casos de vereadores s�rios que em mandatos participativos acumulam doa��es de simpatizantes. Outros dizem que recorrem � ajuda de familiares.

O fato � que, embora nenhum deles admita publicamente e o discurso oficial seja ideol�gico – a defesa do interesse p�blico – , o que os move � o desejo de dar continuidade � carreira pol�tica, as facilidades abertas pelo cargo, entre elas a possibilidade de contrata��o em cada gabinete de R$ 42,661 mil em pessoal sem concurso p�blico, verba indenizat�ria de R$ 15 mil ao m�s para o custeio do mandato, al�m da influ�ncia pol�tica exercida sobre cargos da administra��o. Outro fator que leva vereadores a desejarem a reelei��o � a interlocu��o que abrem com diversos segmentos importantes da sociedade, toda vez que prop�em um projeto que mexem com interesses espec�ficos.

Dinheiro curto e desinteresse

Gra�a para pol�tico, empres�rio algum vai fazer. A avalia��o � de Olavo Machado, presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), sobre a possibilidade de financiamento �s campanhas de vereadores. “A situa��o � dif�cil mesmo. O empres�rio normalmente vai investir para defender alguns interesses ou uma vis�o de mundo. Nesse sentido, o que vale � o patrim�nio pol�tico de cada um”, afirma. Segundo ele, a decis�o de financiar candidato depender� do foro �ntimo de cada empres�rio. Opini�o semelhante tem o presidente do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Pesada, Alberto Salum. “O apoio aos vereadores � algo absolutamente pessoal”, diz, acrescentando que, em geral, as empresas da constru��o pesada entram em campanhas majorit�rias. Bem menos em campanhas ao Legislativo. O presidente do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil (Sinduscon), Luiz Fernando Pires, diz n�o considerar haver desinteresse dos empres�rios em financiar as campanhas de vereadores. “Sempre apoiamos aqueles com quem temos maior relacionamento. A decis�o � empresarial e pessoal. O sindicato n�o entra nisso”, diz.


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