Bras�lia – A quarta-feira de cinzas � quando, diz a tradi��o popular, o ano realmente come�a. Para a presidente Dilma Rousseff, este 2012 iniciado ao meio-dia de hoje traz a ressaca da infla��o persistente, da ind�stria fragilizada e das importa��es em alta. Para completar, ela ainda sofre as dores de cabe�a de vota��es paradas no Congresso e das amea�as de greve do funcionalismo. A equipe da presidente j� se sente frustrada pelo crescimento minguado de 2011, em torno de 2,7%. Quando miram o futuro, os economistas do governo ainda veem o fantasma da crise europeia assombrar investidores e a expans�o do Produto Interno Bruto (PIB).
O carnaval, encerrado ontem, foi a tr�gua de todos esses males. Hoje, por�m, a realidade bate � porta novamente. A infla��o, apesar de ter desacelerado no acumulado de 12 meses, continua alta: na pr�via da carestia oficial de fevereiro, a taxa acumulada est� em 5,98%, longe do centro da meta, definida em 4,5%. Apesar da pol�tica monet�ria e da crise que derruba pre�os das commodities (produtos b�sicos com cota��o internacional), os servi�os n�o cederam e continuam apertando o bolso do consumidor.
Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas garantem que a disparidade entre o que o pa�s fabrica e consome vai afetar ainda a taxa de crescimento em 2012. Com estoques elevados e sem capacidade de competir com os importados, os industriais continuar�o estagnados no primeiro semestre. "A ind�stria ter� um in�cio de ano ruim. Ela estreou 2012 muito estocada e, por isso, deve reduzir o ritmo", explica o economista Lu�s Ot�vio de Souza Leal. Nos c�lculos dele, o pa�s vai se expandir 3,7% este ano. O crescimento in�cuo de 2011 tamb�m atrapalha 2012. "A expans�o do ano vai ser pequena porque o pa�s carrega o pesado fardo de 2011", diz.

Vota��es Acalmados os �nimos entre o Planalto e o presidente da C�mara, Marco Maia (PT-RS), a vota��o do projeto que cria o Fundo de Previd�ncia Complementar dos Servidores P�blicos Federais (Funpresp) retorna ao plen�rio da C�mara como prioridade na agenda da semana p�s-carnaval. De acordo com o l�der do governo na Casa, C�ndido Vaccarezza (PT-SP), o projeto deve ser votado no dia 28.O Funpresp ainda enfrenta resist�ncia de setores da bancada governista, sobretudo do PDT, por press�o da For�a Sindical, que � contr�ria ao projeto. "A presidente refor�ou, durante reuni�o do Conselho Pol�tico, a import�ncia de a base aliada estar unida na aprova��o do projeto e viabilizar uma vota��o r�pida na semana depois do carnaval, como ficou acordado pelo col�gio de l�deres da C�mara", diz Vaccarezza.
O Planalto tamb�m indicou que pretende apressar a vota��o da Lei Geral da Copa. De acordo com Vaccarezza, a expectativa � que o projeto seja votado na comiss�o tamb�m no dia 28 e v�, em seguida, para o plen�rio da Casa. Ele �, na pr�tica, o �nico tema que o governo tem urg�ncia para aprovar neste ano. O relat�rio do deputado Vicente C�ndido (PT-SP) mant�m o direito a meia-entrada para maiores de 60 anos tanto nos ingressos mais caros quanto na categoria promocional de ingressos — ponto de disc�rdia entre o governo e a Fifa. O parecer ainda admite a venda e o consumo de bebidas alco�licas nas arenas dos eventos esportivos, desde que o produto seja vendido em copos de pl�stico.
Passeio presidencial
